terça-feira, 30 de julho de 2013

"Resposta de Charles Miller"

No dia 26 de março, Paulo André publicou um texto, uma carta a Charles Miller, na qual contava da atual situação do futebol brasileiro. Ontem, ele publicou a resposta.

Caro Amigo,

A carta que me enviastes esteve perdida na caixa de correspondência do antigo clube em que eu trabalhava. Há alguns anos renunciei do cargo, estava cansado e me sentia incapaz de trabalhar com os jovens que chegavam por aqui pensando em dinheiro, carrões e ostentação. Além disso, havia inúmeras divergências externas que me impediam de promover a atividade ludopédica como fonte de educação e de inclusão social. Só que por coincidência, esta semana, recebi a notícia de que um tal Doutor havia reativado o funcionamento do campo de futebol do bairro e convocado antigos praticantes para uma prosa.

Eu fiquei atônito com tal informe pois a história que chegou até mim foi a de que, apesar do nome grego e pompa de sovietista, não eram seus discursos efusivos que convenciam velhos companheiros a voltarem ao trabalho, mas sim, os causos contados pelo Doutor sobre as barbaridades que aconteciam dos lados de lá. Disseram-me que as pessoas se amontoam para escutá-lo e se divertem com a imaginação do rapaz.

Confesso que estava descrente de que tal fato fosse real. Também pudera, depois de tantos anos e inúmeros novos moradores terem se frustrado ao tentar reiniciar a prática do jogo com os pés na nossa região, quais as chances de haver êxito desta vez?

Tratei de enfrentar meus demônios, deixei o orgulho de lado, criei coragem e fui até lá para ver o que estava acontecendo.

Ao me aproximar, ouvi o som estrondoso da sirene – uma antiga prática utilizada para celebrar a contratação de um novo reforço – mas tal honraria só era oferecida aos maiores jogadores de todos os tempos, e como eu estivera longe e nunca mais ouvira aquele fragor, não fazia ideia do que estava acontecendo. Por que estavam acionando a sirene? Ao chegar mais perto da festa, pude ver quem era carregado nos braços da multidão. Em questão de segundos, meus olhos se encheram de lágrimas, memórias dominaram a minha mente e eu vi uma das pessoas que melhor entenderam o que era praticar futebol e civilidade.

O Lord era ovacionado pelo povo e, muito à vontade, sorria de orelha a orelha como se há anos ninguém reconhecesse sua linhagem real. Parecia que não se lembrava da última homenagem que havia recebido em vida. Me questionei se isso poderia ser realidade mas duvido que alguém possa ter se esquecido de reverenciar os feitos de Djalma Santos, não é?

Voltei a mim enquanto a adoração e a peregrinação se estendiam ao círculo central do gramado. As pessoas pulavam, festejavam e gritavam o nome do Djalma. Era impossível chegar mais perto, havia um conglobado de gente dentre os quais pude reconhecer velhos conhecidos. Friedenreich, Garrincha, Leonidas e Dener eram os mais felizes, como sempre. Heleno de Freitas treinava em volta do campo, alheio a toda aquela manifestação. E eu, contrariado por não poder me aproximar por conta do povaréu, tratei de seguir na direção oposta, rumo ao antigo vestiário do clube. Como ainda não havia feito contato visual com o tal Doutor, desconfiei que ele pudesse estar lá dentro.

Atrás da mesa, envolto por livros, papéis e bitucas de cigarro, estava Sócrates, o Brasileiro, sorrindo, como se estivesse me esperando há muito tempo. Ele abriu os braços e pronunciou algo com um canto da boca enquanto o outro sustentava seu cigarro. “Por que demorou tanto? Temos muito para conversar, sente-se”.

Antes que eu pudesse reagir, ele atirou sobre mim uma carta.

“Isso daqui é para você” – continuou o Doutor – “Ela chegou há alguns meses e como reconheci o nome do remetente, resolvi guardá-la. Acho que você deveria responder. O pessoal de lá precisa, mais do que nunca, de bons conselhos”. Respondi de forma automática, quase me defendendo de minhas próprias frustrações: “Sócrates, faz 60 anos que me afastei das coisas de lá. Tudo mudou, os interesses são outros, os objetivos me parecem sombrios e pouca gente consegue aplicar os conceitos originais do jogo na fomentação de sua prática”.

Meus olhos partiram para baixo, meus ombros se encolheram e o meu corpo não disfarçou a tristeza que havia dentro de mim. Como você bem sabe, eu havia devotado uma vida inteira à disseminação do jogo com os pés, eu amava aquilo. Mas as notícias que chegavam nos últimos 30 anos me fizeram desistir de acompanhar ou de participar das discussões acerca do futuro do futebol brasileiro. Ainda cabisbaixo perguntei: “Não havia um senhor que estava há mais de 20 anos no comando da Confederação e que nem se importava com o futebol ou com o povo? Como deixaram isso acontecer?”

O Doutor sorriu, percebendo que a nossa conversa seria longa e estimulante e pediu para que eu lesse a carta com tranquilidade enquanto ele sairia em busca de algo para beber. “Temos muito o que conversar e tempo é o que não nos falta por aqui, não é?’. Antes da porta se fechar, escutei: “Vinho ou cerveja?”.

E foi assim, nobre colega, que tua carta chegou até mim.

Desde então, nosso querido Sócrates fez uma revolução aqui e criou um grupo que tem se reunido todas as tardes, após os treinos, para discutir futebol, sociedade e política. Aproveitei esses encontros para pedir ajuda aos companheiros pois confesso que tive dificuldades para compreender o português utilizado por ti. Não fazia ideia do que era entretenimento e muito menos quanto valiam esses bilhões de reais em moeda antiga.

Me comprometo a enviar a próxima carta na semana que vem pois é quando o Sr. João Saldanha voltará de viagem e se sentará conosco. O Doutor pediu para que ele fosse até as montanhas convidar o Sr. Lauro Müller para falar sobre o memorando que ele escreveu e que resultou no que conhecemos hoje como CBF. Você deveria se juntar a nós qualquer dia desses para sentir a energia do lugar.

Voltarei a procurá-lo em breve, meu querido Paulo André, e manteremos contato à distância, pelo menos por enquanto.

Cordialmente,

Charles W. Miller

Paulo André se junta com crianças e participa de ação do projeto Corinthiarte

O projeto Corinthiarte teve uma visita ilustre na última sexta-feira (26). O zagueiro Paulo André esteve no Parque São Jorge para participar da ação do clube que incentiva crianças a desenhar e pintar, idealizada pelo Departamento Cultural em parceria com a Art Fiel Bandeiras. O jogador, conhecido por produzir quadros, se reuniu com garotos da Chute Livre de Heliópolis para ensinar um pouco de seu conhecimento da arte e ajudá-los a pintar o símbolo do Timão.

"O projeto do Corinthians é especial. Poder ter contato já nesta idade com artes plásticas, literatura. A gente sabe como é difícil ter acesso a essas coisas. Acho bacana essa iniciativa. Espero sempre contribuir ou pelo menos incentivar, servir de exemplo para que essas crianças gostem cada vez mais desses assuntos", disse Paulo André.

As oficinas são gratuitas e acontecem todas as sextas-feiras, das 14h às 17h. Informações no telefone 2095-3000, ramal 3175.

Foto: Divulgação

Fonte: Corinthians

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Por mais gols, Paulo André sugere que atacantes do Corinthians marquem menos

O time atuou em casa cinco vezes, com uma vitória, três empates e uma derrota. Nesses cinco jogos, foram apenas dois gols marcados


O empate sem gols com o São Paulo no último domingo exibiu um problema recorrente do Corinthians na temporada: a dificuldade na superação de retrancas no Pacaembu. Bastante estudado pelos adversários, o atual campeão mundial tem enfrentado rivais bem fechados e, segundo Paulo André, precisa se reinventar para resolver a questão.


"Os times continuarão a vir assim ao Pacaembu. A gente ainda é o time a ser batido pelo que ganhamos nos últimos anos. Então, precisamos nos ajustar. Já tivemos dificuldade no Campeonato Paulista para desfazer esse tipo de marcação e ganhar as partidas", afirmou o zagueiro.

No Brasileiro, contra rivais mais qualificados, os obstáculos têm sido maiores. O time atuou em casa cinco vezes, com uma vitória, três empates e uma derrota. Nesses cinco jogos, foram apenas dois marcados, um deles por Paulinho, atual meio-campista do Tottenham.

Um dos problemas é a previsibilidade das jogadas. Se o 4-2-3-1 de Tite permite uma boa estrutura defensiva, apresenta certa rigidez ofensiva. Com tantos triunfos nos últimos anos, já ficaram manjadas as saídas pelos lados e as triangulações orquestradas pelo gaúcho.

A solução, para Paulo André, pode passar por abrir mão de parte da segurança do sistema de marcação. O zagueiro diz estar disposto a trabalhar mais para oferecer uma maior liberdade a homens de frente como Romarinho, que se esforçam no auxílio à defesa.

"Os atacantes ajudam muito na marcação. Por isso, temos a defesa menos vazada. Talvez tenhamos de ajudar mais também no ataque. Não no sentido de avançar com a bola, mas talvez permitir que eles voltem menos e tenham mais perna para atacar. Também temos que sair com mais qualidade para que os atacantes recebam a bola em condições melhores", disse o beque.

O Corinthians só entrará na briga pelo Campeonato Brasileiro quando encontrar um equilíbrio maior. Ter a melhor defesa e o pior ataque da competição, com seis gols marcados e cinco sofridos, só é suficiente até agora para a 11ª colocação na tabela do Nacional.

Fonte: iG Esportes

Com maratona à vista, Paulo André volta a criticar calendário: ‘Horroroso’

Defensor de mudanças no futebol brasileiro, zagueiro lamenta falta de tempo para treinar, mas espera que sequência de jogos marque reação


Por Diego Ribeiro
São Paulo


O Corinthians ainda patina no Campeonato Brasileiro, mas terá uma dura sequência nos próximos 30 dias para tentar reagir, alcançar os líderes e lutar por grandes objetivos na competição. Com sete jogos nesse período, o time mal terá tempo de trabalhar nos treinos e corrigir os erros das últimas partidas. O calendário, claro, foi alvo de críticas no clube.

O zagueiro Paulo André, um dos maiores defensores de mudanças no atual formato das competições, voltou a mostrar sua insatisfação. Em entrevista nesta segunda-feira, no CT Joaquim Grava, ele reconheceu que o Corinthians precisará de outros meios para conseguir se ajustar para as próximas partidas. A começar pelo Grêmio, quarta-feira, no Pacaembu.

– É aí que entra um pouco do meu lado crítico. Não treinamos o ano inteiro, jogos quarta e domingo desde janeiro. Então temos de melhorar nos jogos, com vídeos, conversas... O dedo do treinador dificilmente é visto. Por isso se trocam tantos treinadores, não tem como trabalhar. O calendário é horroroso, e todos os times vão sofrer – alertou o zagueiro.

A sequência do Corinthians terá três jogos em casa e quatro fora. A equipe pega Grêmio, Vitória e Coritiba no Pacaembu, enquanto visita Criciúma, Santos, Fluminense e Vasco. O grupo trabalha com esse prazo para arrancar na tabela e alcançar as primeiras colocações.

– Até os próximos meses, muita coisa vai acontecer. Espero que agora a gente consiga manter uma regularidade de vitórias. Chegando na reta final entre os cinco, seis primeiros, conseguimos brigar pelo título – disse Paulo André.

Com 11 pontos na tabela do Brasileirão, o Corinthians ocupa o modesto 11º lugar. A equipe tem o pior ataque do campeonato, com seis gols marcados, mas também conta com a melhor defesa: cinco sofridos.

Paulo André sugere que atacantes do Corinthians marquem menos

O empate sem gols com o São Paulo no último domingo exibiu um problema recorrente do Corinthians na temporada: a dificuldade na superação de retrancas no Pacaembu. Bastante estudado pelos adversários, o atual campeão mundial tem enfrentado rivais bem fechados e, segundo Paulo André, precisa se reinventar para resolver a questão.

"Os times continuarão a vir assim ao Pacaembu. A gente ainda é o time a ser batido pelo que ganhamos nos últimos anos. Então, precisamos nos ajustar. Já tivemos dificuldade no Campeonato Paulista para desfazer esse tipo de marcação e ganhar as partidas", afirmou o zagueiro.

No Brasileiro, contra rivais mais qualificados, os obstáculos têm sido maiores. O Timão atuou em casa cinco vezes, com uma vitória, três empates e uma derrota. Nesses cinco jogos, foram apenas dois marcados, um deles por Paulinho, atual meio-campista do Tottenham.

Um dos problemas é a previsibilidade das jogadas. Se o 4-2-3-1 de Tite permite uma boa estrutura defensiva, apresenta certa rigidez ofensiva. Com tantos triunfos nos últimos anos, já ficaram manjadas as saídas pelos lados e as triangulações orquestradas pelo gaúcho.A solução, para Paulo André, pode passar por abrir mão de parte da segurança do sistema de marcação. O zagueiro diz estar disposto a trabalhar mais para oferecer uma maior liberdade a homens de frente como Romarinho, que se esforçam no auxílio à defesa.

"Os atacantes ajudam muito na marcação. Por isso, temos a defesa menos vazada. Talvez tenhamos de ajudar mais também no ataque. Não no sentido de avançar com a bola, mas talvez permitir que eles voltem menos e tenham mais perna para atacar. Também temos que sair com mais qualidade para que os atacantes recebam a bola em condições melhores", disse o beque.

O Corinthians só entrará na briga pelo Campeonato Brasileiro quando encontrar um equilíbrio maior. Ter a melhor defesa e o pior ataque da competição, com seis gols marcados e cinco sofridos, só é suficiente até agora para a 11ª colocação na tabela do Nacional.

Fonte: Footstats

Paulo André lamenta perda de pontos em casa: 'Não está satisfatório'

Zagueiro diz entender que os adversários joguem retrancados no estádio paulistano, como fez o São Paulo no domingo. Na quarta-feira, rival em casa é o Grêmio


O Corinthians precisa mudar o jeito de jogar no Pacaembu. É esse o pensamento de Paulo André, um dos líderes do elenco, um dia depois do empate sem gols contra o São Paulo, no estádio Paulo Machado de Carvalho. O camisa 13, perguntado sobre a 11ª posição no Brasileirão, admitiu que os jogadores estão insatisfeitos com o redimento até o momento.

- Não é o início que a gente esperava. Até por ter saído cedo da Libertadores, esperávamos ter gordura lá para frente. É um campeonato difícil, as derrotas surgem e precisa ter gordura para, de vez em quando, perder. Em casa, o nosso rendimento não está satisfatório, foram muitos pontos perdidos. Com seis ou sete a mais estaríamos na liderança ou entre os quatro primeiros. Temos de mudar agora, precisamos de uma maneira melhor para jogar em casa, para envolver os adversários, que têm vindo mais ou menos da mesma forma e isso tem dificultado nossa maneira de jogar - disse o defensor.

Até o momento, o Timão venceu apenas um jogo em casa, contra a Ponte Preta, por 1 a 0, ainda antes da parada da Copa das Confederações. Além disso, empatou com Botafogo, Portuguesa e São Paulo, e perdeu por 1 a 0 para o Atlético-MG. Apesar das críticas de alguns jogadores em relação à retranca do Tricolor, o zagueiro disse que o rival apenas seguiu um estilo de jogo que tem criado dificuldade ao Timão.

- O esquema foi o necessário, fizemos mais ou menos isso em 2011 (no Brasileirão), quando empatamos por 0 a 0 lá e saímos para a busca do título. As estratégias são utilizadas de acordo com as necessidades de cada equipe, acho que a maioria das equipes virão assim no Pacaembu, somos o time a ser batido, precisamos aprender a jogar. O Paulistão todo foi assim, empatamos bastante e tivemos dificuldade para criar chances e vencer. Espero que, com nosso elenco, possamos ter opções que possam fazer a diferença individualmente - analisou.

Na quarta-feira, o rival em casa será o Grêmio de Renato Gaúcho, sétimo colocado com 15 pontos. Pelo estilo de jogo, o defensor acredita que o confronto poderá ser diferente. A não ser que o Tricolor gaúcho tenha percebido as dificuldades alvinegras...

- Pelo estilo de jogo eles devem vir de igual pra igual. Gostamos desse tipo de confronto e normalmente nos damos bem, mas acho difícil por estarem vendo nossas dificuldades em outros jogos. Nós temos de criar mecanismos - finalizou.

Fonte: LANCE!Net

Paulo André: “Precisamos nos aproximar dos líderes rapidamente”

16h15 29/07/2013
Agência Corinthians


Após mais um clássico, o elenco do Corinthians retomou os trabalhos no CT Dr. Joaquim Grava na manhã desta segunda-feira (29). Nesta quarta-feira (31), o Timão enfrenta o Grêmio, no Pacaembu, às 21h50, pela 10ª rodada do Brasileirão. O zagueiro Paulo André atendeu a imprensa e falou sobre os resultados recentes.

Foto: Daniel Augusto Jr./ Agência Corinthians

 
“Temos de mudar agora, precisamos de uma maneira melhor para jogar em casa, para envolver os adversários, que têm vindo mais ou menos da mesma forma e isso tem dificultado nossa maneira de jogar”, disse o zagueiro.

“Nossos atacantes ajudam muito na marcação, então também temos de ajudar na parte ofensiva. Não criando o jogo, claro, mas permitindo que eles não venham ajudar o tempo todo aqui atrás e tenham mais perna para atacar. São coisas que devemos conversar nos próximos dias, porque precisamos nos aproximar dos líderes rapidamente. Temos elenco para vencer”, pontuou Paulo André.

Fonte: Corinthians

Paulo André diz que Corinthians está indo mal em casa

O zagueiro Paulo André foi realista ao comentar o desempenho do Corinthians após nove rodadas do Campeonato Brasileiro. "Não foi o início que a gente esperava após ter saído da Libertadores", disse ele, em entrevista coletiva na reapresentação do elenco nesta segunda-feira.

Após o empate por 0 a 0 contra o São Paulo no Pacaembu, o Corinthians é apenas o 11º colocado, com 11 pontos conquistados, e está a 7 pontos do líder Cruzeiro. Paulo André atribuiu essa baixa pontuação à queda de rendimento da equipe jogos como mandante. "Nosso rendimento em casa não está satisfatório, perdemos muitos pontos."

Neste Brasileirão, o Corinthians coleciona mais tropeços que vitórias no Pacaembu. Empatou contra Botafogo (1 a 1), Portuguesa (0 a 0) e São Paulo (0 a 0) e perdeu para o Atlético Mineiro (1 a 0).

O zagueiro defendeu os atacantes do time, embora o Corinthians seja a equipe que menos fez gols neste campeonato, apenas seis. Paulo André afirmou que os defensores também têm de ajudá-los.

"Nossos atacantes ajudam bastante na marcação, então temos de ajudar também. Não criando jogadas, mas podemos permitir que nossos atacantes não venham o todo lá atrás."

O Corinthians volta a campo na quarta-feira no Pacaembu contra o Grêmio. O único desfalque certo é lateral-esquerdo Fábio Santos, suspenso pelo terceiro cartão amarelo. Nesta segunda-feira, os jogadores se reapresentaram no CT. Os titulares apenas fizeram um trabalho de recuperação.

Timão fica com pior ataque, e Paulo André alerta: ‘Temos de ajudar’

Zagueiro lamenta início irregular no Brasileiro e diz que defensores precisam participar de parte ofensiva. Time só fez seis gols


Por Diego Ribeiro
São Paulo

O Corinthians vive um contraste no Campeonato Brasileiro que não costumava ter em outras competições. Sempre pautado pelo equilíbrio, o time de Tite está em situação inusitada após nove rodadas disputadas. O Timão tem a melhor defesa da competição, com apenas cinco gols sofridos, mas também o pior ataque, com seis marcados. O reflexo do desequilíbrio está na tabela: apenas 11 pontos somados e a modesta 11ª posição.

Um dos pilares do bom desempenho defensivo do Corinthians é o zagueiro Paulo André, que alertou para a necessidade de os zagueiros tentarem ajudar o ataque na saída de bola e em outras situações. Do outro lado, os atacantes costumam iniciar a marcação de forma bem adiantada, ajudando a defesa a sofrer poucos gols.

- Nossos atacantes ajudam muito na marcação, então também temos de ajudar na parte ofensiva. Não criando o jogo, claro, mas permitindo que eles não venham ajudar o tempo todo aqui atrás e tenham mais perna para atacar. São coisas que devemos conversar nos próximos dias, porque precisamos nos aproximar dos líderes rapidamente. Temos elenco para vencer – analisou Paulo André.

Para o zagueiro, a dificuldade em superar sistemas muito defensivos tem prejudicado o Timão na hora de fazer os gols. Em nove partidas, a equipe só saiu na frente no placar em duas oportunidades, justamente nas duas únicas vitórias obtidas no campeonato: contra Ponte Preta e Bahia.

- Não temos mais conseguido sair na frente. Quando a gente sai, não costuma tomar gol de jeito nenhum. Acho que os 11 em campo precisam se ajudar um pouco mais, aumentar a movimentação, porque as pessoas estudam nossa equipe e sabem o que a gente faz. Temos de nos adaptar, pois somos mais estudados do que os outros – alertou Paulo.

A próxima chance de reação é na quarta-feira, quando o Corinthians enfrenta o Grêmio, às 22h (horário de Brasília), no Pacaembu. Após um treino leve na manhã desta segunda, o elenco vai saber na terça se Tite vai ou não manter a equipe que empatou sem gols com o São Paulo no domingo.

sábado, 27 de julho de 2013

"Vale por 3" - Entrevista com Paulo André no LANCE!

Confira a matéria de página dupla da edição de ontem, 26 de julho, do jornal LANCE! com Paulo André, que neste mês completa 4 anos como jogador do Corinthians. O zagueiro, que está vivendo sua melhor sequência de jogos até agora, relembra os momentos ruins pelos quais passou e sua evolução até a atual titularidade. Ele ainda revela que recentemente recebeu uma proposta de um clube de Qatar, mas que seu desejo é se aposentar no Timão.

Vale por 3

Bruno Uliana e Felipe Bolguese

Paulo André chega todo dia mais cedo no CT Joaquim Grava. Fazer fortalecimento muscular em seus joelhos é uma obrigação para o sucesso em campo. A rotina que para muitos parece ser chata - e às vezes é mesmo - é a prova de que o sofrimento valeu a pena.

Prestes a completar quatro anos no clube, o zagueiro jogou com nunca no último ano. Mais e melhor. Foram 54 jogos, contra 67 dos três anos anteriores, marcados por cirurgias e longas recuperações.

- Sem dúvida é a melhor fase, é o momento em que mais consigo uma sequência. Bruno Mazziotti, Caio (Mello), Beto (fisioterapeutas), os médicos, são fundamentais. Hoje não tenho dor em nenhum joelho, isso é quase um milagre! Consigo jogar, treinar, e acho que vivo a melhor fase da carreira - afirmou o jogador, ao LANCE!.

Só no primeiro semestre de 2013, Paulo André disputou 30 partidas. De longe, é o melhor aproveitamento em jogos.

Contratado no meio de 2009, ele passou por cirurgias em 2010, 2011 e 2012. Do segundo semestre do ano passado até os dias de hoje, as dificuldades ficaram para trás. Paulo firmou-se na equipe titular, foi destaque ao lado de Chicão no título do Mundial e já conquistou Paulistão e Recopa neste ano, ao lado de Gil.

- Quando olho para trás, valorizo momentos difíceis. Em 2009 e 2010, diziam que eu estava aqui porque era amigo do Ronaldo. Sempre soube do meu potencial, que não estava aqui à toa. Poder comprovar isso numa final de Mundial, é ver que valeu a pena sair de casa com 14 anos, morar em alojamento, dividir pacote de bolacha e tubaína - ressaltou ele.

Já foram vários momentos na vida em que o zagueiro pensou que não jogaria mais futebol, que havia perdido a batalha. Agora, porem, os joelhos parecem ter dado uma trégua. Paulo só precisa se preocupar em jogar futebol. E isso não é pouco.

"Tenho guardada a proposta que me mandaram. Ali já era o ápice da minha carreira. Hoje, olhando tudo que fiz depois, só tenho de agradecer." - Paulo André, sobre história no Corinthians

Foto: Renato Cordeiro/LANCE!Press

Bate-Bola: 'Tive a certeza de que não jogaria mais futebol'


1. O tratamento que você realizou na França o prejudicou na sequência da carreira, no Corinthians?
A medicina esportiva brasileira é mais avançada. Essa diferença me fez muita falta. Eu fiquei abandonado na França, fazendo massagem, tomando remédio de homeopatia, sem um norte, estrutura suficiente. A volta para o Corinthians acabou me dando uma oportunidade de me preparar, me recuperar. Foram três cirurgias no Le Mans, um ano e meio sem jogar, e a certeza de que nunca mais poderia jogar futebol. Hoje dou valor a cada dia que estou em campo, que consigo jogar.

2. Olhando para trás, sua passagem aqui foi o que imaginava?
Muito mais. Quando me machuquei na Europa, o que sentia falta era de ganhar títulos. Esses dias conversando com o Gil vi que a gente pensa a mesma coisa, ele jogou na França (Valenciennes) e até passou pelos mesmos problemas. Ele falou que tinha saudade de ganhar campeonato, de jogar para ganhar. Eu disse: "Então você veio para o lugar certo, vamos continuar ganhando tudo!" (risos)

3. Você disse que se sente aliviado quando ganha títulos. Por que não consegue sentir felicidade?
Infelizmente, pelo menos para mim, é uma pressão tão grande, responsabilidade, medo que no fim das contas só me sinto aliviado. Depois do jogo contra o Palmeiras (Brasileirão de 2011) usei o mesmo termo: alívio. Graças a Deus não fiz cagada. É muita pressão, a responsabilidade é muito grande. Qualquer erro que você faça muda sua carreira, sua vida, a imagem que você tem no clube, com a torcida.

4. Mas se você é esclarecido e se sente assim. Os outros então...
Sem menosprezar, mas de vez em quando a ignorância é uma bênção (risos). Se você não tem noção da responsabilidade que está assumindo, então pouco importa o que acontece. Era melhor não pensar e só jogar bola, como se estivesse na rua de casa brincando. Deve ter gente aqui dentro que pensa assim, talvez por isso improvisem mais, sejam mais irresponsáveis. O Sheik deve ser um deles. O Romarinho... Gostaria de ser assim, mas não sou. Devem curtir muito mais do que eu. Estou sempre tenso.

5. É melhor estar tenso com títulos do que com derrotas, como o São Paulo, rival de domingo, não?
A gente tem de saber explorar o momento deles. Para a gente pouco importa se eles estão mal, psicologicamente abalados. Os nossos títulos foram construídos com a nossa qualidade. Não é fácil o que estão passando. Se a gente puder vencer e não deixar que eles saiam dessa situação, será melhor ainda.


Assédio do Qatar não mexe com zagueiro


Há algumas semanas, Paulo André recebeu uma ligação de um agente representando um clube do Qatar. Os números apresentados não balançaram, mas houve a promessa de volta com um "caminhão de dinheiro". O Corinthians foi comunicado pelo jogador, cujo contrato vai até dezembro de 2014, mas nega qualquer proposta oficial.

– Se chegar, já aviso que não queremos vender – afirmou o diretor de futebol Duílio Monteiro Alves.

Apesar do assédio, a intenção de Paulo é renovar com o Timão.

– Dou muito valor ao que o Corinthians fez por mim, a tudo que vivi aqui. Teria de ser uma coisa muito maluca mesmo, muito diferente do que imagino, para que tivesse vontade de sair. Resumindo: quero encerrar a carreira aqui e tentar conquistar o máximo de títulos possíveis. Vou fazer 30 anos, não sei até quando vou jogar, se dois, três, quatro anos... Dinheiro é importante, dá estabilidade, mas tive dinheiro na França e não era feliz. Não é a prioridade – disse.

Paulo André foi contratado do Le Mans no fim de julho de 2009 e, no fim de 2011, renovou o contrato. jogador revelou que, enquanto estava na reserva da equipe, em 2011, também recebeu propostas para sair, mas decidiu permanecer.

– Em 2011 voltando de uma cirurgia, Castán e Chicão faziam uma excelente temporada, e eu tive propostas para sair, e mesmo estando no banco, ou nem no banco, pois revezava com o Wallace, eu resolvi ficar após uma conversa com o Tite. Felizmente hoje estou colhendo frutos dessas boas escolhas e dessas tantas férias trabalhadas – comemorou.

Reprodução/LANCE!


Drama das lesões


2007 No Le Mans (FRA), passou por cirurgia no joelho direito em janeiro. Depois, sofreu duas novas intervenções no mesmo local, em junho e dezembro.

2009 Sentiu dores no joelho direito de novo e passou o Ano Novo em recuperação.

2010 Realizou uma artroscopia, desta vez no joelho esquerdo, em outubro. Não participou da Libertadores de 2011.

2011 Nova artroscopia no joelho direito. Na reta final do Brasileirão, virou titular.

2012 Quarta artroscopia no joelho direito. Ficou fora da Libertadores, de novo.

 

LANCE! Footstats - Números de Paulo André no BR-13


Jogos: 5
Minutos: 371
Desarmes*: 1,4
Passes certos*: 24,4
Passes errados*: 1,4
Rebatidas*: 8,2
Lançamentos certos*: 2,4
Lançamentos errados*: 2,4
Faltas cometidas*: 0,8
Perdas de bola*: 2,8

*Media por jogo

 

Os parceiros de PA


Castán Os dois formaram a dupla da reta final do Brasileirão-11, após Chicão ser barrado.

Chicão Dupla do Mundial do Japão, em 2012. Em dois jogos, time não sofreu nenhum gol.

Gil Chicão passou por cirurgia e dupla foi alterada em 2013. Já rendeu dois títulos.

 

L! Publicou - Zagueiro esclarecido e com posição firme


Na edição do dia 23 de junho, o zagueiro foi personagem da antiga "Entrevista de Domingo" do LANCE!. Entre outros temas, ele se disse contra a Copa do Mundo de 2014 no Brasil e revelou sonhar em fazer parte dos protestos.

Fontes: LANCE!Digital e LANCE!Net

Paulo André ensina pintura a jovens e cita orgulho do Timão por projeto

Corinthians recebe crianças (torcedoras ou não do clube) para ensinar artes plásticas e literatura no Parque São Jorge


Por Rodrigo Faber
São Paulo


O zagueiro Paulo André não é o único no Corinthians que gosta de arte. Conhecido pela paixão por literatura, pintura e cultura em geral, o defensor visitou na última quinta-feira um projeto desenvolvido pelo clube desde o ano passado: o "Corinthiarte". A ideia é desenvolver o dom artístico de crianças carentes usando como tema a história do Timão. A presença do jogador animou ainda mais os jovens, que ouviram uma pequena palestra e ainda aprenderam técnicas de pintura com o defensor.

Foto: Rodrigo Faber/Globo Esporte

Desenvolvido pelo artista Fernando Wanner, em parceria com uma empresa que presta serviços ao Corinthians na confecção de bandeiras, o projeto recebe as crianças dentro do Parque São Jorge. A cada edição, uma comunidade carente é levada ao clube: as crianças passeiam pelo Memorial, ouvem sobre a história alvinegra e, principalmente, aprendem.

Todo o material utilizado nas oficinas de arte é cedido gratuitamente aos jovens: desde livros (sempre sobre o Timão) até as bandeiras, que todos pintam e levam para a casa. Não é necessário ser corintiano para frequentar o projeto. A ideia é justamente conscientizar as crianças de que futebol é um objeto importante de cultura, que deve fugir da violência e do clima de guerra muitas vezes criado nos estádios.

– O projeto envolve pedagogia e cidadania. Recebemos aqui também são-paulinos e palmeirenses, que pintam bandeiras do Corinthians e levam para presentear amigos ou familiares. A intenção é formar pessoas melhores e torcedores conscientes – explicou Wanner.

 Os livros, repletos de figuras, utilizam a história do clube para ensinar história geral. Por exemplo: o tricampeonato paulista conquistado entre 1928 e 1930 é situado como o título da época em que Getúlio Vargas assumiu como presidente do Brasil. Momentos como a Semana de Arte Moderna e a Revolta Tenentista são explicados de forma didática, descomplicada, para que todos os envolvidos se interessem e entendam a importância do que estão aprendendo.

A aprovação de Paulo André ao projeto foi imediata. Animado, o zagueiro interagiu com as crianças de todas as formas: leu trechos do livro didático, ensinou às crianças dando pinceladas e discursou sobre a importância do estudo na vida de cada um. O jogador destacou a importância de o Corinthians receber torcedores de outros clubes para a construção de um projeto que vai além do futebol.

– Nada mais justo que o clube que brigou pela democracia abrir as portas para outros torcedores. Acho muito bacana os meninos que também não são corintianos participarem. Tudo que eu puder fazer pelo bem da formação deles, farei. Quero servir de exemplo para essa garotada, para que conheçam a importância da pintura, literatura e das artes plásticas – afirmou.

Além de desenhos e pinturas de bandeiras, o “Corinthiarte” visa a ampliar sua ação. A intenção é ensinar os jovens a fazerem grafite também, por exemplo. Quem se destacar ao longo dos cursos poderá ser selecionado para fazer um curso profissionalizante de artes plásticas, bancado pelo clube. A experiência fez Paulo André recordar momentos complicados de sua infância, e se orgulhar ainda mais de vestir a camisa alvinegra.

– Isso me fez resgatar memórias de juventude, momentos que não foram tão fáceis. Eu sou um abençoado por poder viver o Corinthians neste momento, de títulos e glórias, dentro de campo e fora dele, em projetos como este.

Abençoado, mesmo! Durante a oficina, um dos garotos que pintavam as bandeiras sob as instruções de Paulo André pediu que o zagueiro se abaixasse. O pequeno Isaac, de apenas seis anos, rezou por aproximadamente dez segundos, pedindo proteção ao zagueiro, titular do Corinthians desde o ano passado. Uma maneira especial de fechar uma experiência gratificante para o jogador e para as crianças.

– Pedi para que ele continue sendo iluminado e protegido em sua vida. E que o Corinthians continue ganhando títulos também – contou Isaac.

Foto: Rodrigo Faber/Globo Esporte

Clique aqui para conferir a matéria (muito legal) que foi ao ar hoje no Globo Esporte, com direito à voz do C0r1nth14n5 m1l gr4u.

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Pato e Paulo André vão a campo em treino reduzido, e gelado, no Timão

Atacante trabalha normalmente, após tratamento na última terça-feira. Zagueiro faz treino específico sob comando do preparador físico


Por Rodrigo Faber
São Paulo


O principal personagem do treino do Corinthians nesta quarta-feira foi, mais uma vez, o frio. Sob baixa temperatura e muito vento, os jogadores alvinegros permaneceram durante poucos minutos no gramado na atividade desta manhã, no CT Joaquim Grava. As novidades foram o atacante Alexandre Pato, que voltou a correr no campo, e o zagueiro Paulo André, que fez trabalho específico, separadamente, com o preparador físico Fábio Mahseredjian.

Pato havia permanecido durante o treino de reapresentação, na última terça, em recuperação no departamento médico. Autor do gol de empate do Corinthians no 1 a 1 contra o Atlético-PR, domingo, no estádio Durival de Britto, ele saiu da partida substituído por Douglas, devido a dores musculares na coxa esquerda. Por precaução, o camisa 7 fez tratamento com gelo ainda no banco de reservas.

O zagueiro Paulo André foi o primeiro a aparecer no campo. Ele foi testado por Mahseredjian em uma bateria de exercícios físicos, focados em explosão e arrancada. Titular ao lado de Gil desde o início da temporada, ele acabou de ganhar a concorrência do jovem Cléber, de 22 anos, ex-Ponte Preta, cuja contratação foi confirmada na última segunda-feira.

Foto: Rodrigo Faber/Globo Esporte

 
O único titular que segue no departamento médico é o volante Ralf. Reavaliado pelo departamento médico, ele deve voltar ao Timão no clássico do próximo domingo, às 16h (horário de Brasília), contra o São Paulo, no estádio do Pacaembu. De acordo com o médico Júlio Stancati, a recuperação do jogador – desfalque diante do Atlético-PR – agradou, e ele dificilmente não estará em campo no fim de semana.

A atividade desta quarta-feira durou muito pouco. Visivelmente incomodados com o clima muito frio, os atletas permaneceram a maior parte do tempo trabalhando na academia. De acordo com o planejamento de Tite, haverá outro treinamento à tarde, mas fechado para a imprensa.

Instável no Campeonato Brasileiro até aqui, o Corinthians ocupa apenas a 13ª colocação, com dez pontos ganhos. A campanha como mandante também é modesta: em quatro jogos no estádio do Pacaembu, palco das duas próximas partidas na competição nacional, contra São Paulo e Grêmio, o Timão acumula uma vitória, dois empates e uma derrota.

Paulo André é capa da Revista Cult

Paulo André participou de um ensaio fotográfico para a edição 96 da Revista Cult, de Uberlândia (MG). Abaixo, confira a capa e a apresentação ao ensaio:




Paulo André - Craque dentro e fora de campo


Paulista de Campinas, 29 anos, 1,90m, 88 kg, Paulo André Cren Benini (o zagueiro Paulo André do Corinthians) é um craque dentro e fora dos gramados. Ingressou no futebol em 1998, como infantil no São Paulo Futebol Clube, onde conquistou seus primeiros títulos e permaneceu até 2001, quando transferiu-se para o CSA de Alagoas. Em 2002 retornou a São Paulo, indo atuar nas categorias de base do Águas de Lindóia. Em 2003 transferiu-se para o Guarani de Campinas-SP, onde em 2004 fez sua estreia entre os profissionais. Em 2005, foi para o Atlético do Paraná, sendo eleito um dos cinco melhores zagueiros do país, pelo Bola de Prata da Revista Placar. Em 2006 recebeu o título de melhor zagueiro do Paraná, pela Federação Paranaense de Futebol. Depois foi vendido ao Le Mans, da França, onde atuou por três anos. Em 2009, Paulo André foi contratado pelo Corinthians por empréstimo até 2010. Depois de uma lesão no joelho, que o afastou por seis meses, retornou ao time como reserva e virou titular. Peça importante na conquista do Campeonato Brasileiro, ganhou o troféu Bola de Prata 2011 da Revista Placar. Em 2012 ganhou dois títulos inesquecíveis: Campeão da Libertadores da América e Campeão Mundial de Clubes pelo Corinthians, onde tem contrato até 2014.

Fora dos gramados, lançou, em 2012, seu livro “O jogo da minha vida - Histórias e reflexões de um atleta”, onde propõe uma reflexão sobre a dura (e verdadeira) realidade dos jogadores brasileiros. É criador do Instituto Paulo André, organização sem fins lucrativos, que visa oferecer projetos sócio-educativos nas áreas de esporte e cultura para que crianças e jovens tenham a oportunidade de se desenvolverem pessoal e profissionalmente. Talentoso e polivalente, escreve em um blog, com 30 mil acessos diários, pinta quadros impressionistas e abstratos, joga xadrez e gosta de literatura e aforismos. Não à toa, foi apadrinhado por Sócrates, o falecido craque do Corinthians e da Seleção Brasileira. Além de tudo isso, Paulo André ainda encontra tempo para emprestar seu charme a sofisticados ensaios em conceituadas publicações, como este que você confere nesta edição da Cult. Aprecie, sem moderação!!!

Fotógrafo Lufe Gomes | www.lufegomes.com
Concepção/Design Guilherme Oliveira
Agência Mostre-se | www.mostrese.com.br
Styling Tatiane Zeitunlian
Beleza Ricardo Daigo
Produção Executiva Tatiane Zeitunlian | www.tatianezeitunlian.com.br
Assistente de Produção Mag Flausino e Jorge Takecchi
Locação Segatto | www.segatto.com.br

Para conferir as fotos e, você pode ler e baixar a edição de julho em PDF no site da Revista Cult.

Paulo André visita Arena Corinthians e se impressiona: ‘Nunca vi igual’

Zagueiro do Timão diz estar ansioso por jogar na nova casa do clube e acredita que estádio será o mais rentável do Brasil por décadas


Por Leandro Canônico
São Paulo

Um palavrão de espanto. Essa foi a reação de Paulo André ao descer os degraus da arquibancada leste da Arena Corinthians e olhar o gramado em que ele atuará a partir do ano que vem com a camisa do Timão. Usando botas e capacete de operário, o zagueiro esteve no futuro estádio do clube pela primeira vez na última terça-feira.

- Eu nunca tinha vindo aqui. E como essa semana está mais tranquilo (sem jogo pelo Campeonato Brasileiro), eu resolvi conhecer. Aproveitei também para ver o Andrés (Sanches, ex-presidente e um dos responsáveis pela obra), já que ele operou recentemente (de hérnia) - explicou Paulo André.

Foto: Marcos Ribolli/Globo Esporte


Acompanhado de alguns amigos e do engenheiro Ricardo Corregio, da construtora responsável pelas obras, o zagueiro do Corinthians percorreu todas as instalações do estádio, previsto para ser entregue totalmente pronto na primeira quinzena de janeiro de 2014. O local será palco da abertura da Copa do Mundo, em 12 de junho do ano que vem.

Mas antes disso Paulo André quer desarmar muitos atacantes por lá. Ainda não há uma programação para o Corinthians em sua arena, até porque a Fifa é que irá administrar o estádio nos primeiros meses, mas certamente antes de a bola rolar para o Mundial o zagueiro poderá defender o Timão no novo campo.

– Estou ansioso por jogar ali e fazer parte desde momento histórico para o Corinthians – declarou o zagueiro alvinegro, apontando para o gramado, recém-plantado.

 Interessado em questões financeiras, Paulo André acredita que o Timão conseguiu construir um estádio que será o mais rentável do Brasil. O clube contou com financiamento para tocar a obra.

– Fiquei impressionado com a grandeza do projeto e com o andamento das obras. Sem dúvida será o melhor e mais rentável estádio do Brasil pelos próximos 20 ou 30 anos. Nunca tinha visto nada igual na minha vida... – finalizou o jogador, que já teve passagens pelo futebol francês.

Com mais de 82% do projeto concluído, a Arena Corinthians tem previsão de entrega para dezembro deste ano. Mas por conta da instalação de 20 mil assentos temporários, o que credencia o local para a abertura da Copa do Mundo de 2014, o clube e a Odebrecht, construtora responsável, ganharam mais 15 dias.

Foto: Marcos Ribolli/Globo Esporte


Foto: Marcos Ribolli/Globo Esporte


Foto: Marcos Ribolli/Globo Esporte


Foto: Marcos Ribolli/Globo Esporte

segunda-feira, 22 de julho de 2013

[Arquivo] Zagueiro Paulo André, do Corinthians, foi um promissor tenista

Texto extraído do site Esporte Fino, do Carta Capital, publicado em 01 de outubro de 2009.

Por Jorge Nicola
Repórter do Diário de S. Paulo

Antes de bater um bolão com a camisa do Corinthians, Paulo André era o craque das bolinhas. Até os 14 anos, o zagueiro só pensava em se profissionalizar como tenista. “Cheguei a ser o terceiro melhor do estado de São Paulo na minha categoria”, relembra o beque, orgulhoso por ter vencido três vezes o torneio Raquete de Ouro. “Ganhei com 10, 12 e 14 anos”, conta.

Paulo André deu suas primeiras raquetadas ainda criança, num clube de campo de Campinas, onde cresceu. “Eu comecei a ver meu pai jogar e me encantei. Então, ficava o fim de semana me dividindo entre o tênis e o futsal”, recorda.

Com o passar dos anos, o tênis virou coisa séria. Paulo André demonstrou talento, começou a ganhar títulos e integrou a equipe mais forte de Campinas, que contava também com Ricardo Mello e Flávio Saretta. “Eles são três anos mais velhos, mas treinávamos juntos.”

Porém, num sábado de sol, tudo mudou. “Fui disputar uma pelada pelo time da AABB, e um olheiro gostou do meu futebol. Aí, me indicou para um teste no São Paulo. Passei e fiquei quatro anos nas categorias de base do Tricolor”, conta o zagueiro. “A partir daquela época, tive que desistir do tênis, por falta de dinheiro”, lamenta.

O tênis brasileiro perdeu um candidato a craque, mas ganhou um zagueiro de bom nível. “Agora só jogo tênis nos dias de folga, para tirar o estresse”, revela o corintiano, que é fã do suíço Roger Federer, para muitos o maior da história. “Eu só não era tão bom quanto ele. Tinha um saque forte, gostava de jogar no fundo de quadra e adorava o piso de saibro”, brinca.

Fonte: Futebol Fino

domingo, 21 de julho de 2013

Paulo André e Tite falam sobre empate e o gramado encharcado

Na tarde deste domingo (21), o Corinthians entrou em campo pela oitava rodada do Campeonato Brasileiro e empatou com o Atlético-PR em 1 a 1, no estádio Durival de Britto, em Curitiba. O zagueiro Paulo André e o técnico Tite falaram sobre as condições difíceis de jogo e o futuro do alvinegro no Brasileirão.

Foto: Daniel Augusto Jr/Agência Corinthians


Ainda no gramado, o zagueiro Paulo André disse: “É difícil, prejudica muito e não dá pra botar em prática o que você treinou ou vinha fazendo nos últimos jogos. Espero que a gente recupere logo os pontos para chegar à parte de cima da tabela o mais rápido possível”.

Nos vestiários, o técnico Tite falou: “O campeonato premia vitórias e nós sabemos disso. Estamos correndo atrás e agora é recuperar. No primeiro tempo não tinha condição de seguir a partida com o gramado naquelas condições. Além da dificuldade, há o risco de uma lesão”.

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Paulo André fala do manifesto Atletas pelo Brasil

Paulo André gravou um vídeo para o manifesto Atletas pelo Brasil, cujo objetivo é lutar pelo legado esportivo e social que a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016 deixarão (ou deveriam deixar) no Brasil, além de melhorias no esporte brasileiro.

No vídeo, Paulo fala de uma das demandas do manifesto, a aprovação da Medida Provisória MP 612/2013, atualmente em trâmite no Congresso Nacional e a ser votada no mês que vem, que, entre  altera a Lei Pelé (9.615/98) e moderniza a gestão esportiva do país, trazendo mais transparência às federações e confederações.




Fonte: Atletas Pelo Brasil

quinta-feira, 18 de julho de 2013

"As dificuldades de um time campeão (na minha cabeça)"

Este é um texto que Paulo André escreveu, originalmente, em seu blog, mas por conta de um problema, foi postado em sua fanpage.

As dificuldades de um time campeão (na minha cabeça)


Nós somos a equipe que mais possui conquistas nos últimos anos e, para ser sincero, sentimos a pressão aumentar dia após dia. Os jogos ficam cada vez mais duros, os adversários mais concentrados, os torcedores se tornam mais exigentes e o nosso inconsciente nos empurra à uma acomodação que me parece ser a busca natural pela zona de conforto do ser humano...

Confesso que quando ganho um novo título, por mais experiente e acostumado que eu tenha me tornado, o sentimento que eclode no apito final do arbitro é sempre o mesmo: ALÍVIO.

Mentalmente eu agradeço por não ter perdido, eu agradeço por não ter errado ou deixado escapar a chance... Eis que os minutos passam, as horas correm, os pensamentos se ordenam e, antes de cair no sono, percebo que escrevi “apenas” mais um belo capítulo da minha história.

E aí sim, de forma injusta, a experiência se faz notar e me lembra que esta conquista não nos colocará em vantagem para as competições seguintes, apenas imporá que nós ainda seremos o time a ser batido e que todos tentarão nos derrubar à qualquer custo - que o digam as amarelas ou as armadilhas... (desculpe o péssimo trocadilho)

Exatamente por isso é que eu gostaria de ser mais maduro neste momento da vida para conseguir aproveitar melhor as vitórias, os bons momentos e as importantes conquistas pois sei que elas são passageiras e que o "tempo bom da vida não volta nunca mais". (Maldito calendário brasileiro)

Por mais que as estradas sejam parecidas, cada campeonato e cada jogo tem seus próprios caminhos, suas próprias dificuldades e obstáculos. Conseguir se mobilizar e se motivar representam a única possibilidade de continuar vencendo. Só que a cada nova conquista, o preço a ser pago se torna maior, os sacrifícios e as escolhas se tornam mais difíceis e separam ou definem aqueles que continuarão no topo daqueles que ficarão no meio do caminho.

Desconfio que estamos colocando os nossos nomes na história do Corinthians e do futebol brasileiro e a nossa luta para continuar conquistando títulos é superar diariamente todos os adversários, internos e externos, que teimam em nos fazer tropeçar.

É fato que o fardo está tão mais pesado quanto mais gostoso e a consciência de saber que nada nos foi dado de graça, permite entender o quanto foi duro chegar até aqui. Cada ponto, cada gol, cada defesa, tudo merecido e conquistado com muito trabalho e paixão.

Agora, honestamente, se eu pudesse, trocaria o sentimento de alívio pelo de alegria nas conquistas, desde que o “preço” pela mudança não seja a tristeza que acompanha as duras derrotas. Como de bobo não tenho muito, prefiro não mexer em time que está ganhando e aceito continuar aliviado após cada novo campeonato.

E se por ventura no próximo título o sentimento for diferente, eu voltarei aqui para lhe contar o que aconteceu...

Por fim, deixo meus sinceros agradecimentos ao clube, à diretoria, à torcida e aos meus companheiros pelos quatro anos de Corinthians (Jul/2009 –Jul/2013), pelos 120 jogos, 8 gols e 5 títulos. Pouca gente teve a chance de vestir essa camisa e de fazer parte dessa história. Eu sou apenas um sortudo, que não acredita em sorte, cheio de orgulho por ter aproveitado a chance que me foi dada.

E, ansioso, aguardo as linhas dos próximos capítulos.

Vai Corinthians! 

Mais uma vez, texto sensacional. Parabéns, Paulo André!

E, mais uma vez, É CAMPEÃO!

Que noite incrível a de ontem. Pra ficar na memória! Depois de ter testemunhado uma catástrofe no domingo passado, contra o Atlético-MG, a vitória de ontem do Corinthians, junto com a Recopa, foi mais do que bem vinda. O time jogou muito ontem, Romarinho voltou a "fase iso" e Danilo confirmou sua fama de carrrasco. Creio que não poderia ter sido melhor. Na verdade, poderia ter sido se Paulinho estivesse ainda jogando pelo Timão, mas pelo menos ele garantiu sua presença na festa.

Foto: Daniel Augusto Jr./Agência Corinthians



Segundo título no ano. Parabéns, Corinthians! Agora é foco no Brasileirão que eu quero o hexa!

Confira na íntegra o filme-documentário "Invasão Corinthiana"

Já está no ar o filme-documentário "Invasão Corinthiana", uma produção de Fabiano Curi, que reúne depoimentos de corinthianos que participaram ou testemunharam as invasões de 1976, 2000 e 2012. Confira na íntegra no vídeo abaixo:




Confira também dois extras do filme:




quarta-feira, 17 de julho de 2013

Guilherme e Paulo André se destacam em treino de pênaltis

Equipe trabalha cobranças de penalidades máximas antes da decisão contra o São Paulo. No Paulistão, Timão levou a melhor sobre o rival


Por Diego Ribeiro e Rodrigo Faber
São Paulo

O Corinthians enfrentou o frio do fim da tarde desta terça-feira, no CT Joaquim Grava, para treinar pênaltis antes da decisão da Recopa Sul-Americana contra o São Paulo, marcada para quarta, às 21h50m (horário de Brasília), no Pacaembu. Os melhores desempenhos foram de Guilherme e Paulo André, que acertaram todas as cobranças – o volante fez seis tentativas, enquanto o zagueiro chutou três vezes. O pior foi Ralf, que acertou três de seis pênaltis.

Ao contrário da Taça Libertadores da América, o regulamento da Recopa prevê prorrogação antes das penalidades máximas. Isso acontecerá caso o São Paulo vença por um gol de diferença, independentemente do placar, uma vez que não há regra dos gols fora de casa. No jogo de ida, o Timão levou a melhor: vitória por 2 a 1 no estádio do Morumbi, onde a equipe do Parque São Jorge não perde desde 2007.

Corinthians e São Paulo decidiram uma vaga na final do Campeonato Paulista deste ano nos pênaltis. Após empate sem gols no tempo normal, o Timão levou a melhor e avançou à decisão contra o Santos, da qual saiu com seu 27º título estadual. Douglas, Romarinho, Fábio Santos e Alexandre Pato marcaram, enquanto o lateral Alessandro errou sua tentativa. Os alvinegros levaram a melhor nos outros dois confrontos desta temporada, vencendo ambos por 2 a 1.

Naquela oportunidade, Douglas e Pato saíram do banco de reservas no meio da partida para substituir Emerson e Paolo Guerrero, respectivamente. Nesta quarta-feira, o Timão começa o jogo com a seguinte formação: Cássio; Edenílson, Gil, Paulo André e Fábio Santos; Ralf e Guilherme; Romarinho, Danilo e Emerson Sheik; Guerrero. No banco de reservas, as opções serão Danilo Fernandes, Alessandro, Chicão, Ibson, Renato Augusto, Douglas e Pato.

"Mais um dia de jogador..."

O texto a seguir foi escrito pelo Paulo André e postado em seu blog no dia 22 de setembro de 2012, sábado, um dia antes da partida entre Botafogo e Corinthians, jogo válido pela 26ª rodada do Campeonato Brasileiro. Até hoje, é o post mais lido do blog, porque ele ilustra a rotina que ele vive antes de um jogo.

Mais um dia de jogador…


Hoje, sábado de manhã, acordei às 7:30h. Trinta minutos antes do alarme despertar. Essa ansiedade deve ter sido por conta de eu ter esquecido o horário do treino. Às vezes tenho que chegar ao clube às 9h, para começar o treino 9:30h. Em outras oportunidades, dependendo das circunstâncias, devo chegar 9:30h para estar pronto às 10h. Ou seja, na dúvida entre acordar 8 ou 8:30h, abri os olhos 7:30h e fui fazer minha mala de viagem para a concentração.

Minha mala é pequena e já me acompanha há um bom tempo. Quando vou “fazê-la” me lembro daqueles armários dos desenhos em quadrinhos, sempre com as mesmas roupas. Faço tudo em modo automático. Meia, cueca, shorts, camiseta, blusa de frio (tudo do Corinthians). Vou jogando tudo lá dentro, pensando que ainda poderia estar dormindo se eu tivesse certeza de que o treino seria às 9:30h. Coloco o computador, carregador de celular e o livro que estou lendo no momento, do Rafael Nadal. Nem me preocupo com a nécessaire, ela nunca sai lá de dentro.

Enquanto escovo os dentes me lembro que tenho que ir de calça jeans. Quando jogamos “fora de casa”, ela é, ao lado de uma “camiseta de viagem” do clube, o uniforme obrigatório. Pego o primeiro jeans que aparece na minha frente e, aproveitando que o jogo será no Rio de Janeiro, resolvo colocar um óculos escuro. Tudo pronto para sair.

Na porta de casa me pergunto se não seria melhor ir de taxi para o clube.

Entro no elevador achando engraçado o “cara” não se lembrar do horário do treino mas saber, com certeza, que a volta da viagem será pelo aeroporto de Congonhas. Não vi essa informação no painel do vestiário mas sei que sempre que jogamos no Rio de Janeiro, o clube prefere aterrissar no aeroporto de Santos Dumont, que fica pertinho de Copacabana, onde ficaremos concentrados. Logisticamente é muito melhor.

Já dei a partida no carro e penso que me arrependerei de não ter ido de taxi porque como voltaremos logo após a partida contra o Botafogo, deveremos descer em Congonhas por volta das 21:30h. Até pegar o ônibus do clube, atravessar a cidade e chegar no CT para pegar meu carro, deve-se passar uns 40 minutos. Mais uns 30 minutos de carro até a minha casa significa que o jantar de domingo à noite já está comprometido.

Quando chego no Km 13 da rodovia Ayrton Senna, em frente ao CT, percebo que poderia ter dormido mais 30 minutos. São 8:40h e não tem quase nenhum carro estacionado lá dentro. O treino será às 10h. Tudo bem, penso. Vou tomar um bom café e aproveitar para fazer meus alongamentos e exercícios específicos.

Desço com a mala, cumprimento o Deílson e o Luis, seguranças, que já estão anotando o horário e o nome de quem chega. Essa lista vai pro Edu Gaspar e pro Tite, sempre que necessário, se é que entende o que quero dizer. Mais alguns passos e estou em frente à rouparia dizendo bom dia pro Seu Carlos, Edizio, Roberto e Seu Miranda, que já estão com tudo pronto para a viagem. Esses são os caras que mais trabalham no clube.

Chego no vestiário e a roupa de treino está me esperando no armário. Me troco, coloco o tênis e vou para o café da manhã.

É o Mancha e a Priscila que cuidam da cozinha. Não preciso nem pedir, o Mancha já sabe exatamente o que quero comer. Pão francês, queijo branco e três fatias de peito de peru, unidos e esquentados na chapa. Um copo de suco de laranja e outro de iogurte. Enquanto espero o lanche ficar pronto, sento na mesa com o Douglas, Tufão.

Sem falar nada, fico escutando as histórias da mesa ao lado, onde estão Julio Cesar, Cássio, Danilo e o “já morreu”, os quatro goleiros do elenco. Os três mais velhos estão sacaneando o Caique, que tem apenas 18 anos. Dou risada e entro na brincadeira até terminar minha refeição. Logo em seguida vou para a academia fazer as posturas de alongamento.

Penso estar fazendo a digestão enquanto alongo as pernas. Passo uns 15 minutos ali, mudando as posições e dando ênfase ao adutor esquerdo que sofreu um pouco mais essa semana. Assim que me sinto pronto, vou para a bicicleta. Mais 10 minutos de aquecimento, quase uma lubrificação para os joelhos e me sinto pronto para o leg press.

Enquanto isso vejo o pessoal chegando. A maioria reunida no café, conversando e rindo com o preparador físico Fábio Mascheradian, que tem como costume gritar muito de manhã. Agora já virou piada, mas esse cara é irritante e se ele te pegar para Cristo, consegue te tirar do sério, de tão alta que sai a sua voz.

Passo na mesa extensora, depois faço uma série de agachamento e volto para o vestiário para trocar o tênis pela chuteira. Vejo o pessoal sacaneando o Romarinho, que esqueceu a calça jeans para viajar. Parece que não é a primeira vez rs

Os 20 jogadores relacionados para o jogo são chamados na sala de vídeo. O Tite nos recebe, mostra três lances do nosso jogo contra o Botafogo pelo primeiro turno e nos alerta para as dificuldades. A reunião é rápida, não dura nem 5 minutos.

Quando o relógio aponta para as 10h, o Fábio abre o berreiro e ninguém consegue ficar no recinto. Revoltados com aquela gritaria desnecessária, seguimos o nosso destino, xingando-o muito, até o campo de aquecimento.

Mais uma vez no dia, percebo que existe uma rotina, um padrão.

Roda de bobinho com três jogadores no meio. Os mais novos são os escolhidos para começar no “bobo”.  Quando conseguimos dar 20 toques sem que os três do meio encostem na bola, eles são obrigados a ficar mais uma vez ali.

Passamos uns 10 minutos dando risada e nos divertindo com as tentativas e grandes lances que acontecem espontaneamente naquele espaço. Apelidos são inventados do nada e histórias surgem com facilidade. Fica nítida a intimidade e a amizade do grupo.

Mais uma vez o Fábio dá o comando e começamos a nos alongar. Depois ele nos leva para um circuito, com quatro estações repletas de cones, para que façamos exercícios em alta velocidade.

Todo dia anterior ao jogo é a mesma coisa, mudam os exercícios mas o princípio é ativar as fibras rápidas da musculatura e prepará-las para o jogo do dia seguinte.

Uma vez terminada a parte física, vamos direto para um jogo.

Com quatro gols (traves) e divididos em dois times, duelamos por mais 15 minutos. Não é como o tradicional rachão, o treino tem intensidade e competição apesar de ainda fazer parte do aquecimento. Quem dá esse trabalho é o Cleber Xavier, auxiliar do técnico Tite, que durante todo esse tempo estava caminhando lá do outro lado do CT, no campo principal.

É para lá que vamos quando acaba o jogo dos quatro gols. Chegou a hora do principal trabalho do dia, o treino tático com os 11 titulares, que dura mais ou menos 1 hora.

Uma vez posicionados, refazemos todos os movimentos que já conhecemos decor. Cinturão, Funil, só bloqueia, embala e devolve, concentração, taquinho de golfe, pé de pelica, dá-lhe bundasso rs. Parece estranho mas essas são algumas das expressões do Tite e estamos tão acostumados que sabemos exatamente o que ele está pedindo. Depois vêm as bolas paradas, posicionamento e mais dicas e sugestões do que poderá acontecer no jogo de amanhã.

Somos liberados para fazer o complemento que quisermos. Uns partem para a cobrança de pênalti, outros para fazer trabalho especifico de passe ou de cabeceio. Eu e o Alessandro partimos direto para o balde de gelo, onde ficamos 7 minutos imersos até a cintura, numa temperatura próxima a 5 graus. Serve para acelerar a recuperação e relaxar o corpo depois da atividade física. A maioria dos jogadores não gosta mas nós fazemos pelo menos 2 ou 3 vezes por semana.

Sei que o almoço está marcado para o meio dia e a saída do ônibus para o aeroporto será às 12:45h.

Trato de tomar banho e me arrumar. Todos estão acostumados e nunca temos problema com esses horários.

As mesas no almoço são compostas quase sempre pelas mesmas pessoas. Me parece que há um Q de superstição no ar, mesmo que seja inconsciente. O mesmo acontece com as poltronas no ônibus. Cada um tem a sua e ai de quem tentar mudar de lugar durante o ano.

Ao chegar no aeroporto, já sabemos o que nos espera. Uma loucura. Demos de cara com uma excursão, repleta de jovens que pedem autógrafos e fotos. Uns são mais assediados que outros e acho que hoje o Cássio, o Romarinho e o Paulinho foram os que mais tiraram fotos.

O vôo é normal, sentamos próximos uns dos outros, atendemos alguns pedidos de fotos dos tripulantes e comissários e aguardamos impacientes a chegada ao RJ. A maioria dos jogadores coloca aquele fone gigante e ouve música. Alguns dormem e outros lêem revistas ou livros. Este é meu caso, empolgado com as histórias do Rafa Nadal.

40 minutos depois, pousamos em Santos Dumont e somos levados por uma empresa privada que faz o traslado de todos os clubes da série A que vêm jogar no Rio.

Neste momento recebo a programação e o horário das atividades e refeições. É sempre a mesma coisa mas não custa reiterar.

Reunião às 18:40h para falar do adversário. Jantar às 19h. Café da noite às 22h.

Agora já são 22:30h, e o meu quarto encheu. Tinha uns 12 jogadores por aqui e eu tô culpando o Romarinho por isso. Concentramos juntos desde que ele chegou ao clube e encho o saco dele porque ele tem a mania de deixar a porta aberta.

O pessoal que estava no corredor, tomando o café, escutou a nossa TV e entrou pra ver o que era. Estavámos assistindo UFC e comentando sobre as lutas.

Agora começou a bagunça aqui. Estão me zuando porque estou escrevendo. Então vou terminar o texto e ficar de olho na TV. Não sou um apaixonado por lutas mas acho que vai ser uma boa distração.

E que venha o domingo…. o jogo… e o carro no CT.

Abs,

P.A

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Sobre o jogo de ontem Corinthians 0x1 Atlético-MG

É muito triste passar mais de um mês sem ir ao Pacaembu ver o Corinthians para voltar e testemunhar, junto com mais de 32 mil pessoas, uma derrota em casa. Eu não sei o que dói mais, se é o fato de ter perdido para o time misto do Atlético-MG, de ter sido com um gol do Rosinei (!) com uma "ajuda" do Paulo André... Uma coisa é perder, mas jogando com raça; outra totalmente diferente é perder jogando na má vontade, e foi isso que eu vi ontem.

A impressão que eu tive é que o time estava se poupando para a finalíssima da Recopa, na quarta-feira. É importante ganhar este título contra o São Paulo? Claro que sim. Mas teria sido melhor o Tite ter escalado um time misto também, não? A única coisa que espero é que, depois disso, o Corinthians esteja totalmente focado no Brasileirão, pois a Recopa não dá vaga para a Libertadores 2014.

De qualquer forma, estarei no Pacaembu depois de amanhã, e o que eu quero é, no mínimo, ver o Timão jogando melhor do que jogou ontem, com raça e com o coração.

E vai, Corinthians!

sábado, 13 de julho de 2013

Feliz dia do Rock!

Hoje, 13 de julho, como diria Christiane Torloni, é dia de rock, bebê!


Corinthiana, roqueira e sofredora, graças a Deus!

Gif via Corinthians

sexta-feira, 12 de julho de 2013

[Arquivo] Contratação e apresentação de Paulo André ao Le Mans

No final de junho de 2006, Paulo André foi apresentado como mais nova contratação do Le Mans (FRA). Esta reportagem foi retirada do Furacao.com, site de notícias relacionadas ao Atlético-PR,  clube que o zagueiro defendeu de 2005 a 2006. O texto havia sido traduzido do original do site do time francês, porém este não está mais disponível.


Confira a coletiva de apresentação de Paulo André


O zagueiro Paulo André foi apresentado como reforço do Le Mans na tarde desta quinta-feira. O jogador havia viajado para a França na semana passada e desde então estava em negociações até assinar um contrato com duração de quatro anos. A diretoria do time francês chegou a anunciar que as partes não haviam chegado a um acordo, mas depois acabou voltando atrás.

Na apresentação do jogador à imprensa, o presidente Henri Legarda agradeceu formalmente a Mario Celso Petraglia, revelando que sem a sua conduta a negociação não teria sido possível. Paulo André se disse feliz por ter acertado com uma equipe que disputa um campeonato tão importante quanto o francês e os dirigentes Daniel Jeandupeux e Alain Pascalou elogiaram o estilo de jogo do brasileiro.

Confira abaixo as declarações desses personagens, em uma tradução livre da língua francesa para o português efetuada pela equipe de reportagem da Furacao.com a partir de reportagem publicada no site oficial do Le Mans:

Foto: lemansfc.fr

HENRI LEGARDA (presidente do Le Mans)
"Primeiramente, eu agradeço particularmente ao meu colega brasileiro. Sem ele, a operação não teria sido concluída. É um homem que eu admiro, hoje mais do que nunca. Ele fez de tudo para que o jogador viesse para o Le Mans. Ele soube lidar com os problemas que existiam colocando o punho sobre a mesa. Eu devo agradecer igualmente a Alain Pascalou e a Daniel Jeandupeux. Daniel teve enorme paciência para chegar ao fim dessas negociações, que foram muito difíceis. Nós desejávamos um grande jogador e hoje, nós o temos. Não é o primeiro nos últimos 14 meses. Sou um presidente satisfeito. Ainda nos restam alguns jogadores para contratar. Com Cerdan, Paulo André e Marko Basa, eu creio que temos uma zaga. Eu espero agora que nossa defesa marque os gols na próxima temporada (risos). Eu sei que o Paulo André os marca".

PAULO ANDRÉ
"O Campeonato Francês é um campeonato que eu conheço bem, que é bastante duro e exigente. É um grande campeonato na Europa. Eu farei de tudo para me adaptar o melhor possível. Estou bastante confiante. Para mim, é importante que o Tulio e o Grafite estejam aqui. Eles vão me ajudar a me adaptar rapidamente, a conhecer o clube, a cidade, o time. É um ponto importante. Eu não me sentirei muito sozinho. Eu conheço o Grafite, que é muito importante no Brasil. Eu já joguei contra ele. Eu me sinto satisfeito de estar aqui. Agradeço a todas as pessoas que trabalharam neste caso. Já passou do tempo de eu ir para o campo".

DANIEL JEANDUPEUX
"Há grandes qualidades técnicas no seu jogo. Ele joga com muita inteligência. No jogo que eu o vi jogar, ele não perdeu uma bola, esteve bem posicionado, fez passes curtos e longos. Nas bolas paradas, ele quase marcou duas vezes. Tudo isso está de acordo com o que Alain viu. Nas bolas paradas, ele é muito perigoso. Ele tem um jogo aéreo de grande qualidade".

ALAIN PASCALOU
"Paulo é alguém muito preciso no que faz. Ele lembra um pouco o Marko (Basa), ele não se afoba, e analisa muito bem as situações de jogo. É muito forte no jogo de um contra um. A segunda coisa que eu admirei no Paulo foi o seu carisma, a sua força. Sente-se uma presença. Ele demonstra uma certa confiança nele".

Fonte: Furacao.com

quarta-feira, 10 de julho de 2013

#LutadoSéculo - Junior Cigano vs Alessandro Balboa

Hoje pela manhã o Corinthians lançou em seu canal no YouTube um vídeo em que Alessandro, ou melhor, "Alessandro Balboa", aparece treinando no CT, sob a supervisão de seu treinador Paulo André e se preparando para a "luta do século" com o lutador de MMA Júnior Cigano.

Confira:




Sobre a "performance", Paulo André declarou em seu Facebook:




terça-feira, 9 de julho de 2013

Alessandro e Paulo André treinam e podem reforçar defesa contra o Galo

Lateral-direito e zagueiro participam de trabalho com bola na manhã desta terça, enquanto titulares só correm no gramado do CT Joaquim Grava


Por Diego Ribeiro
São Paulo

 
Enquanto o setor ofensivo do Corinthians sofre com sucessivos desfalques, a parte defensiva deve ter o retorno de seu capitão no duelo de domingo contra o Atlético-MG, no Pacaembu, pelo Campeonato Brasileiro. Recuperado de um problema muscular, o lateral-direito Alessandro treinou com bola na manhã desta terça-feira e está liberado para voltar ao time. Seu aproveitamento depende do técnico Tite, que tem utilizado Edenílson no lado direito da defesa.

Outro que participou da atividade com bola foi o zagueiro Paulo André, que também tem boas chances de voltar no domingo. Assim, a defesa ficaria praticamente completa para o confronto com o Atlético-MG.

Foto: Mauro Horita

 
Após a folga de segunda-feira que sucedeu a vitória por 2 a 0 sobre o Bahia, em Salvador, os titulares do Corinthians apenas correram em volta do gramado do CT Joaquim Grava, incluindo o atacante Alexandre Pato – autor dos dois gols do triunfo corintiano. O clima foi de muita tranquilidade, e o trabalho durou cerca de uma hora e meia.

Tite terá pelo menos quatro desfalques para a próxima partida: Renato Augusto, com uma fratura no rosto, Douglas, com uma lesão no tornozelo, e Emerson e Danilo, ambos com estiramento no ligamento colateral medial do joelho. O elenco corintiano tem folga na tarde desta terça e volta ao trabalho na manhã de quarta-feira.

segunda-feira, 8 de julho de 2013

[Arquivo] Revista Veja: 'Conversa com Paulo André'

Entrevista com Paulo André publicada na seção "Panorama", por Fabrício Lobel, da edição de 11 de abril de 2012 da revista Veja.

Paulo André, o zagueiro-escritor do Corinthians: "A inteligência é afrodisíaca"


O zagueiro do Corinthians, autor do livro O Jogo da Minha Vida, fala de seus prazeres fora de campo: literatura, aquarela e filosofia

 

Foto: Fernando Cavalcanti

De que trata o seu livro?
Já tenho um blog e resolvi evoluir para um livro. Nele, uso o futebol como pano de fundo para tratar de histórias de jovens que saem de casa muito cedo em busca de uma carreira. A primeira edição já foi toda vendida.

Seus companheiros de equipe leram?
Nem todos têm o hábito da leitura. Mas alguns já deram uma olhada e gostaram.

Quando começou seu interesse por artes?
Foi quando jogava na França. Depois de algumas lesões, achei que não poderia mais jogar. Então, comprei uma tela, tintas e comecei a pintar. Também passei a ler sobre psicologia, economia, filosofia e literatura. Começou com uma namorada que fazia psicologia. Descobri que a inteligência é afrodisíaca.

E o que você lê?
Recentemente, Gabriel García Márquez e Morris West. Também li o livro de crônicas do Tostão e as biografias do Nadal, Federer, Agassi e Michael Jordan. Como um pouco de filosofia não faz mal a ninguém, li ainda O Homem Medíocre, de José Ingenieros, e O Banquete, de Platão.

Platão é seu filósofo preferido?
Prefiro Sartre. “Não importa o que fizeram com você. O que importa é o que você faz com aquilo que fizeram com você.”

O que os outros jogadores acham de seu estilo?
Tem uma certa gozação, mas não sou um cara chato. Vou ao pagode e ao samba como todo mundo.

Fonte: VEJA.com