sábado, 27 de julho de 2013

Paulo André ensina pintura a jovens e cita orgulho do Timão por projeto

Corinthians recebe crianças (torcedoras ou não do clube) para ensinar artes plásticas e literatura no Parque São Jorge


Por Rodrigo Faber
São Paulo


O zagueiro Paulo André não é o único no Corinthians que gosta de arte. Conhecido pela paixão por literatura, pintura e cultura em geral, o defensor visitou na última quinta-feira um projeto desenvolvido pelo clube desde o ano passado: o "Corinthiarte". A ideia é desenvolver o dom artístico de crianças carentes usando como tema a história do Timão. A presença do jogador animou ainda mais os jovens, que ouviram uma pequena palestra e ainda aprenderam técnicas de pintura com o defensor.

Foto: Rodrigo Faber/Globo Esporte

Desenvolvido pelo artista Fernando Wanner, em parceria com uma empresa que presta serviços ao Corinthians na confecção de bandeiras, o projeto recebe as crianças dentro do Parque São Jorge. A cada edição, uma comunidade carente é levada ao clube: as crianças passeiam pelo Memorial, ouvem sobre a história alvinegra e, principalmente, aprendem.

Todo o material utilizado nas oficinas de arte é cedido gratuitamente aos jovens: desde livros (sempre sobre o Timão) até as bandeiras, que todos pintam e levam para a casa. Não é necessário ser corintiano para frequentar o projeto. A ideia é justamente conscientizar as crianças de que futebol é um objeto importante de cultura, que deve fugir da violência e do clima de guerra muitas vezes criado nos estádios.

– O projeto envolve pedagogia e cidadania. Recebemos aqui também são-paulinos e palmeirenses, que pintam bandeiras do Corinthians e levam para presentear amigos ou familiares. A intenção é formar pessoas melhores e torcedores conscientes – explicou Wanner.

 Os livros, repletos de figuras, utilizam a história do clube para ensinar história geral. Por exemplo: o tricampeonato paulista conquistado entre 1928 e 1930 é situado como o título da época em que Getúlio Vargas assumiu como presidente do Brasil. Momentos como a Semana de Arte Moderna e a Revolta Tenentista são explicados de forma didática, descomplicada, para que todos os envolvidos se interessem e entendam a importância do que estão aprendendo.

A aprovação de Paulo André ao projeto foi imediata. Animado, o zagueiro interagiu com as crianças de todas as formas: leu trechos do livro didático, ensinou às crianças dando pinceladas e discursou sobre a importância do estudo na vida de cada um. O jogador destacou a importância de o Corinthians receber torcedores de outros clubes para a construção de um projeto que vai além do futebol.

– Nada mais justo que o clube que brigou pela democracia abrir as portas para outros torcedores. Acho muito bacana os meninos que também não são corintianos participarem. Tudo que eu puder fazer pelo bem da formação deles, farei. Quero servir de exemplo para essa garotada, para que conheçam a importância da pintura, literatura e das artes plásticas – afirmou.

Além de desenhos e pinturas de bandeiras, o “Corinthiarte” visa a ampliar sua ação. A intenção é ensinar os jovens a fazerem grafite também, por exemplo. Quem se destacar ao longo dos cursos poderá ser selecionado para fazer um curso profissionalizante de artes plásticas, bancado pelo clube. A experiência fez Paulo André recordar momentos complicados de sua infância, e se orgulhar ainda mais de vestir a camisa alvinegra.

– Isso me fez resgatar memórias de juventude, momentos que não foram tão fáceis. Eu sou um abençoado por poder viver o Corinthians neste momento, de títulos e glórias, dentro de campo e fora dele, em projetos como este.

Abençoado, mesmo! Durante a oficina, um dos garotos que pintavam as bandeiras sob as instruções de Paulo André pediu que o zagueiro se abaixasse. O pequeno Isaac, de apenas seis anos, rezou por aproximadamente dez segundos, pedindo proteção ao zagueiro, titular do Corinthians desde o ano passado. Uma maneira especial de fechar uma experiência gratificante para o jogador e para as crianças.

– Pedi para que ele continue sendo iluminado e protegido em sua vida. E que o Corinthians continue ganhando títulos também – contou Isaac.

Foto: Rodrigo Faber/Globo Esporte

Clique aqui para conferir a matéria (muito legal) que foi ao ar hoje no Globo Esporte, com direito à voz do C0r1nth14n5 m1l gr4u.

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