quinta-feira, 18 de julho de 2013

"As dificuldades de um time campeão (na minha cabeça)"

Este é um texto que Paulo André escreveu, originalmente, em seu blog, mas por conta de um problema, foi postado em sua fanpage.

As dificuldades de um time campeão (na minha cabeça)


Nós somos a equipe que mais possui conquistas nos últimos anos e, para ser sincero, sentimos a pressão aumentar dia após dia. Os jogos ficam cada vez mais duros, os adversários mais concentrados, os torcedores se tornam mais exigentes e o nosso inconsciente nos empurra à uma acomodação que me parece ser a busca natural pela zona de conforto do ser humano...

Confesso que quando ganho um novo título, por mais experiente e acostumado que eu tenha me tornado, o sentimento que eclode no apito final do arbitro é sempre o mesmo: ALÍVIO.

Mentalmente eu agradeço por não ter perdido, eu agradeço por não ter errado ou deixado escapar a chance... Eis que os minutos passam, as horas correm, os pensamentos se ordenam e, antes de cair no sono, percebo que escrevi “apenas” mais um belo capítulo da minha história.

E aí sim, de forma injusta, a experiência se faz notar e me lembra que esta conquista não nos colocará em vantagem para as competições seguintes, apenas imporá que nós ainda seremos o time a ser batido e que todos tentarão nos derrubar à qualquer custo - que o digam as amarelas ou as armadilhas... (desculpe o péssimo trocadilho)

Exatamente por isso é que eu gostaria de ser mais maduro neste momento da vida para conseguir aproveitar melhor as vitórias, os bons momentos e as importantes conquistas pois sei que elas são passageiras e que o "tempo bom da vida não volta nunca mais". (Maldito calendário brasileiro)

Por mais que as estradas sejam parecidas, cada campeonato e cada jogo tem seus próprios caminhos, suas próprias dificuldades e obstáculos. Conseguir se mobilizar e se motivar representam a única possibilidade de continuar vencendo. Só que a cada nova conquista, o preço a ser pago se torna maior, os sacrifícios e as escolhas se tornam mais difíceis e separam ou definem aqueles que continuarão no topo daqueles que ficarão no meio do caminho.

Desconfio que estamos colocando os nossos nomes na história do Corinthians e do futebol brasileiro e a nossa luta para continuar conquistando títulos é superar diariamente todos os adversários, internos e externos, que teimam em nos fazer tropeçar.

É fato que o fardo está tão mais pesado quanto mais gostoso e a consciência de saber que nada nos foi dado de graça, permite entender o quanto foi duro chegar até aqui. Cada ponto, cada gol, cada defesa, tudo merecido e conquistado com muito trabalho e paixão.

Agora, honestamente, se eu pudesse, trocaria o sentimento de alívio pelo de alegria nas conquistas, desde que o “preço” pela mudança não seja a tristeza que acompanha as duras derrotas. Como de bobo não tenho muito, prefiro não mexer em time que está ganhando e aceito continuar aliviado após cada novo campeonato.

E se por ventura no próximo título o sentimento for diferente, eu voltarei aqui para lhe contar o que aconteceu...

Por fim, deixo meus sinceros agradecimentos ao clube, à diretoria, à torcida e aos meus companheiros pelos quatro anos de Corinthians (Jul/2009 –Jul/2013), pelos 120 jogos, 8 gols e 5 títulos. Pouca gente teve a chance de vestir essa camisa e de fazer parte dessa história. Eu sou apenas um sortudo, que não acredita em sorte, cheio de orgulho por ter aproveitado a chance que me foi dada.

E, ansioso, aguardo as linhas dos próximos capítulos.

Vai Corinthians! 

Mais uma vez, texto sensacional. Parabéns, Paulo André!

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