quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Paulo André rebate criticas sobre Bom Senso e promete ação à distância

Líder do movimento, zagueiro assegura que não esquecerá a causa, mesmo jogando na China. Comunicação com outros atletas será via internet


Por Rodrigo Faber
São Paulo

De saída para o Shangai Shenhua, da China, o zagueiro Paulo André não deixará somente o Corinthians para trás no Brasil. Líder do Bom Senso FC, o defensor ficará mais distante dos outros pivôs do movimento. Mesmo do outro lado do mundo, ele assegura que continuará contribuindo com as ideias por meio de redes sociais, para a evolução do futebol brasileiro.

Após decidir que deixaria o Timão, Paulo André avisou aos outros membros do movimento. A proposta chegou ao zagueiro na última segunda, e a negociação foi rápida: após conversa com o diretor de futebol Ronaldo Ximenes, Paulo André optou por aceitar a proposta do clube chinês.


Foto: Daniel Augusto Jr. / Agência Corinthians

 – O movimento continua da mesma forma, com os integrantes tocando. Estarei presente via redes sociais, ajudando e colaborando, dando ideias. O Bom Senso está estruturado, com não-atletas participando e também com os atletas nas principais decisões. Todos (os membros) já sabiam. Eles foram comunicados e desejaram sorte – afirmou.

Considerado um dos líderes mais efetivos do Bom Senso, defendendo até medidas drásticas, como greve dos jogadores, Paulo André acredita que sua saída do país pode também colaborar com o Bom Senso sob certo ponto de vista. O zagueiro quer que todos entendam que não se trata de uma mobilização de atletas da elite do futebol nacional, mas sim de todos os tipos de atletas.

– Talvez não tendo minha figura as pessoas entendam que é um movimento de mais de mil atletas. Não é só do Paulo André, do Dida ou do Rogério Ceni. Todos entendemos que precisa melhorar – explicou.

Criticado por torcedores do Corinthians em diversos momentos por supostamente desviar o foco do campo para as questões políticas do futebol, Paulo André negou que em qualquer momento tenha dado prioridade absoluta ao Bom Senso e lembrou: mesmo envolvido com cultura desde que chegou ao Timão, conquistou cinco títulos, em um dos momentos mais vitoriosos da história do clube.

– Em 2011 fomos campeões brasileiros, ganhei um prêmio individual, e eu pintava quadros. Em 2012 eu fiz um leilão beneficente desses quadros. Escrevi um livro. Fazer coisas fora do campo, desde que você tenha discernimento e não prejudique seu trabalho, não tem problema nenhum. É benéfico. O futebol deve conversar com a juventude do país. Se podemos quebrar o paradigma do atleta, de que ele gasta dinheiro a torto e direito e só pensa em balada, por que não fazer?

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