sábado, 15 de fevereiro de 2014

Tite lamenta perseguição a Paulo André: 'Pagou por saber se expressar'

Treinador defende zagueiro, que deixou o Corinthians nesta semana para atuar na China, e deseja sorte ao ex-comandado na nova jornada: 'Ele tem o meu enorme respeito e torcida'

Bruno Andrade - 14/02/2014 - 14:05 São Paulo (SP)

Paulo André se tornou titular absoluto e um dos principais líderes do Corinthians sob o comando de Tite. Negociado com o futebol chinês na última terça-feira, o zagueiro, de 30 anos, vai desfalcar também o Bom Senso FC, movimento que luta por melhorias no calendário e pelo fair play financeiro no futebol brasileiro.

Apesar de vencedor nas cinco temporadas em que vestiu a camisa alvinegra, o jogador deixou o clube criticado por boa parte da torcida – muito por conta da forte relação dele com a política e os bastidores do futebol, fato que entristece Tite.

Foto: Ari Ferreira/LANCE!Press
– O Paulo André sempre quis o melhor para o futebol brasileiro. Ele, talvez, esteja pagando o preço do pelo alto nível de conhecimento que tem e pela qualidade de se expressar. Ele não é isolado dentro do Bom Senso FC, ele era o porta-voz do grupo. Ele é apenas uma das pessoas que quer melhorias. É muito pequeno criticar e perseguir o Paulo. Só por que ele é mais esclarecido? Pô, ele está sendo penalizado. Ele é a vidraça – declarou o treinador, em entrevista ao LANCE!Net.

– Desejo muita luz no caminho do Paulo André. Um caminho de competitividade no “Ser Melhor”, nos jogos e no exemplo como pessoa leal que trabalha com princípios. Ele tem o meu profundo respeito e torcida. Espero que tenha muita sorte – complementou.

Fonte: LANCE!Net

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Obrigada, Paulo André. E até a volta!

Este é o último post em que me refiro a Paulo André como jogador do Corinthians.

Ontem, quarta-feira, dia 12 de fevereiro, foi um dia um tanto dia triste para mim. Ele tinha começado nos últimos minutos da terça-feira, quando li no Lancenet que P.A. estava de saída do Corinthians rumo ao futebol chinês. Várias coisas passaram na minha cabeça, especialmente a invasão ao CT Joaquim Grava, no último dia 1. Ele sempre falou de seu desejo de encerrar sua carreira no Timão, então confesso que isso me pegou de surpresa e causou estranheza também. Mas, depois da carta que ele publicou no Facebook na segunda-feira, 10, à noite, eu devia ter desconfiado...

Eu só tenho a agradecer por ele ter honrado a camisa do Corinthians durante estes quase cinco anos. Certamente foi uma passagem vitoriosa. Também agradeço por tudo que este ser humano incrível tem feito pelo futebol brasileiro. Eu apoio o Bom Senso FC e torço para que o grupo tenha sucesso em sua empreitada, mesmo sem a presença física do líder e idealizador do movimento. Certamente Sócrates teria orgulho de Paulo André se pudesse ver isso. Agradeço ainda pelo livro "O Jogo da Minha Vida", pois através dele pude conhecer e admirar esse jogador incrível e esse ser humano mais incrível ainda, e também conheci aspectos do futebol interessantes e pouco divulgados. Esse cara tem uma história linda, e espero ansiosamente por um Jogo da Minha Vida 2.0!

Foto: Daniel Augusto Jr.

Por fim, desejo ao Paulo André toda a sorte e todo o sucesso do mundo em sua nova fase, no Shanghai Shenhua FC. Espero que ele nunca desista de seus objetivos, especialmente o de mudar o futebol brasileiro para melhor, porque ele precisa, antes que uma tragédia maior aconteça. Ainda sonho em vê-lo presidente do Corinthians. Tenho certeza de que ele faria um grande trabalho.

Minha única frustração foi não ter tido a oportunidade de encontrá-lo. Isso vai ter que esperar um pouco mais...

Paulo André, Zica das Artes (cada desarme é um quadro), eterno camisa 13, guerreiro e capitão, muito obrigada por tudo. Que Deus o abençoe e ilumine hoje e sempre. E até a volta!

Bom Senso FC passa por transição e se firma como entidade de classe

Saída do zagueiro Paulo André para o futebol chinês marca processo de reestruturação do movimento


Paulo Favero e Raphael Ramos - O Estado de S. Paulo

SÃO PAULO - A transferência de Paulo André do Corinthians para o Shanghai Shenhua, da China, evidencia um momento de transição do Bom Senso FC. Líderes e fundadores estão saindo de cena enquanto outros ganham espaço no movimento, que tenta se firmar como uma entidade de classe.

Entre os participantes da primeira reunião com a CBF, em outubro de 2013, por exemplo, apenas o goleiro Dida (Internacional) ainda defende um clube no País. Seedorf deixou o Botafogo para treinar o Milan, Juninho Pernambucano se aposentou, Cris está desempregado e Paulo André foi para a Ásia.

Neste novo cenário, um dos atletas que devem tomar a frente do movimento é o goleiro Fernando Prass. "No Bom Senso, a gente sempre colocou que não é uma pessoa que comanda o movimento. É claro que uns participam mais, mas no mínimo 15 jogadores têm uma participação bastante ativa", diz o palmeirense.

Foto: Fábio Motta/Estadão

Para Paulo André, a sua transferência para a China pode, inclusive, fazer bem à imagem do Bom Senso, que estava muito atrelada a ele. "Talvez não tendo a minha figura todo mundo enxergue que esse é um movimento dos jogadores da Série A e da Série B, não apenas do Paulo André", lembra.

O Bom Senso já se preparava para esse momento de transição. Até pelo fato de o grupo ter sido lançado por atletas em fim de carreira em 2013, era esperada a saída de alguns líderes. Por isso, uma das propostas para este ano é fortalecer a relação com os torcedores e fazer chegar ao público as propostas e ideias do movimento.

Para isso, o Bom Senso fechou um acordo com a produtora R20 e lançará uma série de vídeos com depoimentos de atletas, ex-jogadores e treinadores. "Serão oito filmes de sete minutos, cada um sobre um tema e explicando as demandas do Bom Senso", conta o produtor Fernando Curi.

O movimento também conta com uma estrutura profissional de advogados, assessores e até um sociólogo. Formado em Ciências Sociais pela USP, Ricardo Borges Martin assumiu a coordenação do Bom Senso e cuida da mobilização do grupo. "Nosso esforço é mostrar o que o Bom Senso defende, pois havia muita confusão a respeito das nossas bandeiras. Queremos levar às pessoas o nosso diagnóstico do futebol brasileiro e propostas", explica.

Mudanças. Reflexo dessa renovação é que o grupo resolveu centrar nesse momento as suas atenções em apenas em dois temas: fair play financeiro e calendário (diminuição de jogos dos times grandes e aumento de partidas das equipes menores).

O grupo também resolveu se aproximar de algumas entidades. Na segunda, por exemplo, mais de 20 jogadores se reuniram em São Paulo e o encontro teve a participação do presidente Sindicato de Atletas de São Paulo, Rinaldo Martorelli, do presidente do Sindicato de Atletas Profissionais do Rio de Janeiro Alfredo Sampaio e do advogado do Sindicato de Atletas Profissionais do Rio Grande do Sul, Décio Neuhaus. / COLABOROU DANIEL BATISTA

Fonte: Estadão

Paulo André se despede do Corinthians: "Foram 5 anos que mudaram a minha vida"

14h50 12/02/2014 - Futebol
Agência Corinthians


De partida para o Shanghai Shenhua, da China, Paulo André se despediu do Corinthians nesta quarta-feira (12) após conceder entrevista coletiva no CT Dr. Joaquim Grava. Em cinco anos no Timão, o zagueiro fez 153 jogos, marcou dez gols e conquistou cinco títulos: Brasileirão 2011, Libertadores 2012, Mundial de Clubes da FIFA 2012, Paulista 2013 e Recopa Sul-Americana 2013. De acordo com a jogador, a principal fase como atleta profissional.

“Foram cinco anos que mudaram a minha vida, que acabaram me mostrando outros caminhos, outras possibilidades. Eu melhorei em todos os aspectos como ser humano, como atleta, como amigo, como profissional”, afirmou Paulo André, que apontou momentos distintos, de vitórias e derrotas, como os principais da passagem pelo Timão.

“Eu me lembro muito da derrota para o Flamengo em 2010 em que a gente saiu aplaudido na Libertadores. Eu me lembro do título brasileiro de 2011 no Pacaembu e, evidentemente, do embarque para o Mundial. Sem dúvida foram os momentos altos e marcantes que vão ficar na memória para o resto da minha vida”, relembrou o agora ex-camisa 13 do Timão.

“É um momento difícil, mas acho que é feliz, com sentimento de dever cumprido, de ter feito o meu melhor dentro e fora de campo, sempre honrando e tentando colaborar para que o clube alcançasse os objetivos. Tive muitos momentos felizes por aqui e agradeço o Corinthians por todos esses anos e títulos que conquistamos juntos”, concluiu Paulo André.

O Sport Club Corinthians Paulista agradece a Paulo André pelos cinco anos de comprometimento, dedicação, vitórias e conquistas com a camisa alvinegra e deseja muita sorte no novo desafio na carreira do zagueiro.

Zagueiro recebe proposta milionária de time asiático e é liberado pela diretoria. Anúncio será nesta quarta-feira, em coletiva no CT Joaquim Grava. Saída já era desejo interno


Felipe Bolguese e Renato Rodrigues - 11/02/2014 - 23:35 São Paulo (SP)

O Corinthians está muito perto de perder mais um jogador em 2014. Após as saídas de Ibson, Douglas e Alexandre Pato, Paulo André será o próximo a deixar o clube. O zagueiro recebeu uma proposta irrecusável de um clube da China e deve acertar sua saída do Parque São Jorge já nesta quarta-feira, quando anunciará a decisão em entrevista coletiva.

O camisa 13 do Timão ficou seduzido pela oferta milionária do Shanghai Shenhua, ex-equipe dos atacantes Anelka e Drogba, e apresentou os números à diretoria alvinegra. Ciente de que o contrato do jogador se encerra daqui 10 meses e após analisar a necessidade de reformulação no atual elenco, a cúpula não vai impedir a vontade do beque. Ele já havia recebido propostas da Ásia e do Oriente Médio na última temporada.

Foto: Alan Morici/ LANCE!Press

Outro fator que contou para o Corinthians aceitar a liberação de Paulo André foi a porcentagem dos direitos econômicos que o clube tem do zagueiro. Como tem apenas 30% do atleta, o Timão dificilmente iria conseguir uma oferta de compra vantajosa até julho, quando o próprio atleta poderia assinar um pré-contrato com qualquer equipe.

Uma reunião na noite desta terça-feira praticamente sacramentou a saída. Com 30 anos - completa 31 em agosto - Paulo André viu nesta proposta uma oportunidade para se garantir financeiramente quando encerrar sua carreira. Ele será a primeira contratação depois que o clube chinês foi adquirido pelo grupo Greenland.

Vale ressaltar que o zagueiro é um dos líderes do Bom Senso FC, movimento entre atletas que visa melhorias no futebol brasileiro. Resta saber qual vai ser sua participação em cima do assunto daqui para frente, já que ele estará bem longe do Brasil.

Paulo foi contratado em julho de 2009, do Le Mans (FRA). Após temporadas seguidas de lesões graves nos dois joelhos, ele se firmou como titular na reta final do Brasileirão de 2011 e no Mundial de 2012 no Japão. No ano passado, também como titular, o zagueiro levantou as taças do Paulistão e da Recopa Sul-Americana. No total, foram 153 jogos e dez gols com a camisa do Corinthians.

Fonte: LANCE!Net

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Paulo André admite: invasão ao CT pesou na decisão de deixar o Timão

Zagueiro destaca proposta irrecusável de time chinês como fator primordial, mas admite que incidente também influenciou. Corinthians abre mão de direitos


Por Rodrigo Faber
São Paulo


O zagueiro Paulo André confirmou na manhã desta quarta-feira que está se despedindo do Corinthians rumo ao Shangai Shenhua, da China. Após receber uma proposta do clube oriental na última segunda-feira, o defensor já está de malas prontas e viajará rumo ao novo lar até esta sexta. Na última entrevista coletiva, o jogador agradeceu ao Timão pela oportunidade, relembrou os momentos de glórias, mas admitiu: a invasão ao CT Joaquim Grava, no início deste mês, pesou na decisão. O técnico Mano Menezes já deu indícios de que pretende escalar Felipe no lugar do zagueiro.

Foto: Daniel Augusto Jr. / Ag. Corinthians

O principal fator para a saída de Paulo André foi o valor apresentado pelo clube chinês. No ano passado, ele chegou a afirmar que o plano era encerrar a carreira no Corinthians. Após rejeitar algumas propostas de equipes do exterior, o zagueiro de 30 anos optou por deixar o Parque São Jorge.

– A questão da segurança, todos que estávamos aqui tememos naquele dia complicado. Espero que nenhum outro clube volte a passar por isso. A segurança foi reforçada, não há medo de que aconteça de novo. Qualquer um pensa na questão da sobrevivência e da tranquilidade para trabalhar. Essa questão não foi preponderante, mas há, sim, um quê de importância na minha decisão – afirmou o zagueiro.

Após cinco anos de clube, Paulo André elegeu a eliminação para o Tolima, na Libertadores de 2011, como o pior momento vestindo a camisa do Corinthians. O diretor de futebol alvinegro, Ronaldo Ximenes, esclareceu que o Timão abriu mão dos 30% dos direitos econômicos que detinha do zagueiro – cujo contrato se estendia até dezembro deste ano – para que ele acertasse sua saída.

– Mesmo nas derrotas e nos momentos difíceis nós conseguimos dar a volta por cima. Acho que isso vai ficar guardado: a torcida e as grandes conquistas. Lembro muito daquele derrota para o Flamengo, na Libertadores de 2010, em que saímos aplaudidos. O título brasileiro no Pacaembu, em 2011. E, evidentemente, a partida no aeroporto de Guarulhos, quando fomos para o Mundial. Foram momentos marcantes que ficarão na memória para o resto da vida – completou Paulo André.

O zagueiro deixa o Corinthians com cinco títulos conquistados: Brasileirão de 2011, Libertadores e Mundial de Clubes de 2012, Recopa e Paulistão de 2013. Ele disputou 153 jogos pelo Timão e marcou dez gols.

Paulo André vai para a China e é o 3º a deixar o Timão após a invasão

O zagueiro Paulo André assina logo mais nesta quarta-feira sua transferência do Corinthians para o Shangai Shenhua, da China - a informação foi publicada pelo "Lancenet" na noite de terça-feira.

O jogador de 30 anos tomou essa decisão após uma conversa com o diretor de futebol do Corinthians, Ronaldo Ximenes. O dirigente informou que o clube não tinha intenção de renovar seu contrato, que vai até o final de 2014. Com uma boa proposta financeira na mão, Paulo André preferiu não arriscar e aceitou a mudança.

Após a invasão ao CT do Corinthians por integrantes de uma organizada, Paulo André virou o centro das atenções - e das críticas. A situação o levou a publicar, no início desta semana, um longo desabafo em sua página no Facebook.

- Aos que insistem em me colocar na categoria de “jogue bola e esqueça o resto”, pela última vez: desistam - diz trecho do texto.

Paulo André é o terceiro jogador que deixa o clube após a invasão do CT. Douglas foi para o Vasco e Pato foi trocado pelo ex-são-paulino Jadson. Nesses dois casos, o Corinthians paga metade dos salários dos jogadores.

O zagueiro é um dos líderes do movimento Bom Senso FC, que surgiu no ano passado para tentar brigar por melhores condições no futebol brasileiro "para quem joga, torce, transmite, apita e patrocina".


Paulo André rebate criticas sobre Bom Senso e promete ação à distância

Líder do movimento, zagueiro assegura que não esquecerá a causa, mesmo jogando na China. Comunicação com outros atletas será via internet


Por Rodrigo Faber
São Paulo

De saída para o Shangai Shenhua, da China, o zagueiro Paulo André não deixará somente o Corinthians para trás no Brasil. Líder do Bom Senso FC, o defensor ficará mais distante dos outros pivôs do movimento. Mesmo do outro lado do mundo, ele assegura que continuará contribuindo com as ideias por meio de redes sociais, para a evolução do futebol brasileiro.

Após decidir que deixaria o Timão, Paulo André avisou aos outros membros do movimento. A proposta chegou ao zagueiro na última segunda, e a negociação foi rápida: após conversa com o diretor de futebol Ronaldo Ximenes, Paulo André optou por aceitar a proposta do clube chinês.


Foto: Daniel Augusto Jr. / Agência Corinthians

 – O movimento continua da mesma forma, com os integrantes tocando. Estarei presente via redes sociais, ajudando e colaborando, dando ideias. O Bom Senso está estruturado, com não-atletas participando e também com os atletas nas principais decisões. Todos (os membros) já sabiam. Eles foram comunicados e desejaram sorte – afirmou.

Considerado um dos líderes mais efetivos do Bom Senso, defendendo até medidas drásticas, como greve dos jogadores, Paulo André acredita que sua saída do país pode também colaborar com o Bom Senso sob certo ponto de vista. O zagueiro quer que todos entendam que não se trata de uma mobilização de atletas da elite do futebol nacional, mas sim de todos os tipos de atletas.

– Talvez não tendo minha figura as pessoas entendam que é um movimento de mais de mil atletas. Não é só do Paulo André, do Dida ou do Rogério Ceni. Todos entendemos que precisa melhorar – explicou.

Criticado por torcedores do Corinthians em diversos momentos por supostamente desviar o foco do campo para as questões políticas do futebol, Paulo André negou que em qualquer momento tenha dado prioridade absoluta ao Bom Senso e lembrou: mesmo envolvido com cultura desde que chegou ao Timão, conquistou cinco títulos, em um dos momentos mais vitoriosos da história do clube.

– Em 2011 fomos campeões brasileiros, ganhei um prêmio individual, e eu pintava quadros. Em 2012 eu fiz um leilão beneficente desses quadros. Escrevi um livro. Fazer coisas fora do campo, desde que você tenha discernimento e não prejudique seu trabalho, não tem problema nenhum. É benéfico. O futebol deve conversar com a juventude do país. Se podemos quebrar o paradigma do atleta, de que ele gasta dinheiro a torto e direito e só pensa em balada, por que não fazer?

Paulo André promete ajudar de longe e diz que Bom Senso não vai parar

Marcos Guedes
São Paulo (SP)

A última entrevista de Paulo André no Corinthians teve em comum com as anteriores intermináveis questões sobre o Bom Senso FC. De saída para o Shanghai Shenhua, da China, o zagueiro disse que continuará contribuindo com o grupo que cobra mudanças no calendário do futebol brasileiro.

“O movimento continua da mesma forma. Estarei presente via redes sociais, dando ideias. O movimento está estruturado. Todos já sabiam que eu estava saindo do Corinthians. Eles foram comunicados, desejaram sorte ao amigo que está indo e disseram que continuarão tocando o projeto da mesma forma”, afirmou.

O beque não gostou dos questionamentos sobre sua ausência em um momento importante na luta dos jogadores, com ameaça de greve defendida pelo próprio agora ex-corintiano. Ele se incomodou particularmente com a insinuação de que resolveu partir na primeira oportunidade.

“É uma besteira gigantesca. Não é a primeira oportunidade. Outras propostas chegaram antes. Todas foram estudadas, pensadas, de acordo com minha vontade e meu interesse. Ainda tenho o direito de escolher o que quero fazer. Continuo seguindo uma linha reta, que é dar prioridade ao meu trabalho. Fiz muito mais do que meu papel, muito mais do que quem está falando besteira”, esbravejou.

Foto: Daniel Augusto Jr.

De acordo com Paulo André, atuar fora do Brasil não diminui seu engajamento. “Há líderes do movimento desempregados, e desses caras ninguém fala. Eles não têm espaço na mídia para defender o movimento. O movimento tem gente trabalhando, são mais de 20 atletas ativos cuidando de tudo, apesar de eu ser o mais maluco dando a cara em entrevistas. Não é porque eu estou saindo e que outro parou de jogar que o movimento vai parar.”

Para o zagueiro, sua transferência pode até ser benéfica no sentido de o Bom Senso FC deixar de ser personificado em sua figura. “É bom que entendam que é um movimento de atletas da Série A, atletas da Série B. Não é do Paulo André, do Dida, do Rogério Ceni. Sem dúvida, nesse sentido, o movimento ganha com minha saída”, concluiu.

Paulo André admite que invasão de torcedores teve importância na sua saída

Os últimos meses não foram tão felizes, mas, segundo ele, a má fase técnica do Corinthians não foi levada em conta


De saída do Corinthians para o Shanghai Shenhua, o zagueiro Paulo André disse ter sido seduzido "pelo projeto audacioso" da equipe chinesa. A proposta financeiramente alta "mexeu" com o atleta de 30 anos, que colocou a invasão de mais de cem torcedores ao centro de treinamento alvinegro no último dia 1º como um dos motivos para sua escolha.

"Naquele dia, todos tememos, foi um dia complicado. A partir daquele dia, a segurança foi reforçada, não há medo de que aconteça de novo. Agora, sem dúvida, foi assustador o que vivemos. Qualquer um pensa na questão da sobrevivência, na tranquilidade para trabalhar. Não foi preponderante, mas, há, sim, um quê de importância na minha decisão", afirmou.


Foto: Daniel Augusto Jr./Agência Corinthians

Mesmo assim, o beque não apontou na invasão ao CT seu pior momento em preto e branco. A recordação mais amarga, segundo ele, é a derrota para o Tolima na fase prévia da Copa Libertadores de 2011, que resultou na saída de Roberto Carlos e na aposentadoria de Ronaldo. Na ocasião, reserva de Chicão e Leandro Castán, ele não enfrentou os colombianos.

"Para mim, aquela desclassificação foi a coisa mais difícil aqui. Não pela pressão da torcida, mas pela vergonha e pela tristeza que ocasionou aqui dentro. Houve um desmanche, e aquele dia ficou muito mais marcado do que esse que passou. De qualquer maneira, tive muitos mais momentos alegres e felizes do que tristes", comentou.

Entre os momentos de sorriso, Paulo André destacou os aplausos após a eliminação na Libertadores de 2010, a conquista do Campeonato Brasileiro de 2011 no Pacaembu e a partida para o Mundial de 2012 com cerca de 15 mil torcedores no aeroporto de Guarulhos. "Foram cinco anos que mudaram a minha vida, resumiu, depois de agradecer dirigentes, companheiros e fisioterapeutas.

Os últimos meses não foram tão felizes, mas, segundo o defensor, a má fase técnica do Corinthians não foi levada em conta. Ele apostou que o time vai conquistar títulos neste ano e disse entender que sua liberação sem resistência faz parte da reformulação por que passa o clube. Em uma semana, além do zagueiro, saíram também Douglas e Alexandre Pato.

"É natural. O Tite saiu, o Mano chegou. A gente não teve um bom desempenho no segundo semestre. Talvez a mudança tivesse que ter ocorrido no final do ano, mas, aos pouquinhos, as coisas vão se ajustando. É um ciclo que se encerra. Fica o sentimento de saudade e o de dever cumprido", concluiu Paulo André.

Fonte: iG Esporte

Paulo André aceita proposta do futebol chinês e vai embora do Corinthians

O jogador de 30 anos foi seduzido pelos altos valores apresentados pelo time comandado pelo técnico Cuca


O zagueiro Paulo André recebeu uma proposta do Shanghai Shenhua, do técnico Cuca, e está deixando o Corinthians. Ele aceitou a oferta dos chineses, algo visto com bons olhos pelo clube do Parque São Jorge, que não fazia a menor questão de mantê-lo no elenco e não se esforçou para segurá-lo.

O jogador de 30 anos foi seduzido pelos altos valores apresentados pela agremiação asiática. Ele não treinou no CT do Parque Ecológico na manhã de quarta-feira para acertar os detalhes da transferência, que não deverá render dinheiro significativo ao Corinthians.


Foto: Daniel Augusto Jr/Agência Corinthians
O time alvinegro tinha 30% dos direitos econômicos do atleta, cujo contrato se encerraria no final do ano. Com a reformulação que está colocando em prática desde o início do ano, a diretoria deixou claro que não pretendia vê-lo em preto e branco por muito tempo.

Paulo André havia recusado, no ano passado, propostas do futebol árabe. Ele disse que pretendia defender o Corinthians até o fim de sua carreira, mas o plano ruiu com a péssima fase atravessada pela equipe desde o último semestre.

O beque vivia ultimamente uma relação com a diretoria e com boa parte da torcida. Suas boas atuações, como a vista na conquista do Mundial de 2012, passaram a ser menos comuns do que suas entrevistas como porta-voz do Bom Senso FC, movimento que cobra mudanças no calendário do futebol brasileiro.

Pouco antes de chegar a proposta do Shanghai Shenhua, o atleta publicou um desabafo vendo-se como alvo de perseguição. Ele defendeu greve após a invasão do centro de treinamento alvinegro no último dia 1º, o que aumentou a resistência por parte das torcidas organizadas.

A passagem de Paulo André pelo Corinthians, iniciada em 2009, vai se encerrar com 153 partidas e dez gols marcados. Ele conquistou um Campeonato Brasileiro, um Mundial, um Campeonato Paulista e uma Recopa Sul-americana. Na Copa Libertadores vencida pelo clube em 2012, por problemas físicos, não chegou a entrar em campo.

Fonte: iG Esporte

'Bom Senso vai continuar', diz Paulo André após confirmar saída

O agora ex-corintiano era o principal líder do grupo


Vítor Marques - O Estado de S. Paulo

SÃO PAULO - Paulo André confirmou, nesta quarta-feira, que está deixando o Corinthians para o defender o Shanghai Shenhua, time chinês. Além da perda para o clube, a saída do zagueiro é significativa também para o Bom Senso FC, movimento de jogadores que cobra melhores condições de trabalho no futebol brasileiro. O agora ex-corintiano era o principal líder do grupo e acredita que sua transferência pode até fazer bem à imagem do Bom Senso, que estava muito atrelada a ele.


Foto: Felipe Rau/Estadão


"Talvez não tendo a minha figura todo mundo enxergue que esse é um movimento dos jogadores da Série A e da Série B, não apenas do Paulo André, do Dida, do Rogério, do D'Alessandro, do Prass, mas de todos que entendem que o futebol pode melhorar. Nesse aspecto, o Bom Senso ganha muito com a minha saída", argumentou ele, em entrevista coletiva.

Paulo André garante, porém, que vai continuar mantendo contato com os líderes do Bom Senso e não vai abandonar o projeto, participando pela internet. "Muito dessas propostas que vão ser divulgadas em breve eu participei da formatação delas. O Bom Senso vai continuar e vai defender seus interesses", garantiu.

Desde que a primeira notícia sobre a ida para a China foi publicada, Paulo André tem sido bombardeado nas redes sociais, considerado um desertor, porque criou o Bom Senso e o abandonou antes de o movimento conseguir algum resultado prático. Questionado a respeito, rebateu.

"Isso é uma besteira gigantesca que muitas pessoas podem dizer. Não é a primeira vez que recebi uma proposta e eu ainda tenho direito de decidir o que quero fazer. Minha prioridade é meu trabalho, mas minhas convicções políticas continuarão. Fiz meu papel como cidadão muito mais que essas pessoas que estão me criticando e saio com o dever cumprido", afirmou ele.

CORINTHIANS
Com relação ao clube, Paulo André garantiu que sua transferência não teve a ver com a invasão ao CT corintiano, há 10 dias. "Claro que naquele dia foi assustador, qualquer pessoa pensa na questão da sobrevivência, mas não foi preponderante", contou.

O diretor de futebol do Corinthians, Ronaldo Ximenes, completou garantindo que a saída de Alexandre Pato, Paulo André e Douglas não teve relação com a invasão ao CT. "Não é uma resposta ao que aconteceu. Não tem uma relação causa efeito. Esse ciclo vitorioso chegou ao fim. Por isso precisávamos com uma reformulação que começou com a saída do Tite", garantiu.

O Paulo André tinha mais um ano de contrato com o Corinthians, mas a diretoria preferiu abrir mão da fatia de 30% dos direitos econômicos do jogador a que tinha direito, liberando o zagueiro de graça para os chineses. Um reconhecimento merecido a um campeão mundial.

"Agradeço ao Corinthians. Foram cinco anos que mudaram a minha vida. Recebi a proposta na segunda-feira e acabou mexendo comigo. Foi interessante pelo projeto da equipe. É um projeto audacioso. Isso me fez ficar inclinado a aceitar esse convite e iniciar uma vida no outro lado do mundo", explicou Paulo André.

O zagueiro quase chorou quando lembrou das lesões que teve e agradeceu ao departamento médico pelas tantas horas de atenção. "Claro que vou ficar com saudade por tudo que passei aqui."

Fonte: Estadão

Paulo André deixa o Corinthians e vai jogar no futebol chinês

Ronaldo Ximenes, diretor de futebol do clube paulista, confirma a transferência do zagueiro


Vítor Marques - O Estado de S. Paulo

SÃO PAULO - O zagueiro Paulo André acertou a sua saída do Corinthians e vai se transferir para o Shangai Shenhua, da China. A saída do jogador, líder do movimento Bom Senso FC, foi confirmada nesta quarta-feira por Ronaldo Ximenes, diretor de futebol do clube paulista, assim como foi noticiado pelo Lancenet nesta terça-feira. A boa proposta financeira do clube chinês, que em outra época teve os atacantes Nicolas Anelka e Didier Drogba, pesou para a saída do zagueiro, que também só tinha contrato com o Corinthians até o final deste ano.

Foto: José Patrício/Estadão 

Além disso, a invasão do CT do Corinthians por torcedores no dia 1º de fevereiro também pode ser apontada como uma das razões que levaram Paulo André a deixar o clube. O zagueiro, aliás, é o terceiro jogador a sair do time após o protesto dos torcedores - anteriormente, o meia Douglas foi para o Vasco, enquanto o atacante Alexandre Pato se transferiu para o São Paulo, em negociação que envolveu a chegada do meia Jadson.

Líder do Bom Senso FC, movimento que reivindica melhores condições de trabalho para os jogadores, Paulo André tentou, sem sucesso, realizar uma paralisação no Campeonato Paulista após a invasão do CT do Corinthians. O zagueiro foi o principal mentor da ideia de que o time não jogasse contra a Ponte Preta, mas acabou sendo voto vencido.

Depois, tentou realizar uma greve no último fim de semana, quando o Corinthians enfrentou o Mogi Mirim, pelo Campeonato Paulista, mas não teve o seu desejo alcançado. E, na última segunda-feira, ele desabafou em texto publicado na rede social Facebook.

"É hora de parar de se apegar a argumentos frágeis para me responsabilizar ou me culpar por problemas do futebol brasileiro como a violência no futebol, a Portuguesa, o Fluminense, a audiência da TV, o nível dos jogos, etc", escreveu o zagueiro.

Paulo André, de 30 anos, defendeu Águas de Lindoia, Guarani, Atlético-PR e Le Mans, da França, antes de chegar ao Corinthians em 2009. O zagueiro disputou 153 partidas pelo clube, com dez gols marcados, e faturou os títulos do Campeonato Brasileiro (2011), da Libertadores (2012), do Mundial de Clubes (2012), do Campeonato Paulista (2013) e da Recopa Sul-Americana (2013). Com a sua saída a tendência é que Cleber passe a formar a dupla de zaga do Corinthians com Gil.

Fonte: Estadão

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Paulo André desabafa em carta e explica desistência de greve

São Paulo (SP)

O zagueiro Paulo André emitiu comunicado nesta segunda-feira para explicar por que não houve greve geral dos jogadores na rodada passada do Campeonato Paulista. O atleta do Corinthians alegou que a ideia da paralisação em apoio ao elenco alvinegro não partiu do Bom Senso F.C., mas sim do Sindicato dos Atletas Profissionais do Estado de São Paulo. Além disso, o corintiano desabafou por se sentir cobrado constantemente pelos problemas no futebol nacional.

“É hora de parar de se apegar a argumentos frágeis para me responsabilizar ou me culpar por problemas do futebol brasileiro como a violência no futebol, a Portuguesa, o Fluminense, a audiência da TV, o nível dos jogos...”, escreveu o zagueiro, em trecho da carta divulgada nas redes sociais.

Integrante atuante do Bom Senso, Paulo André explicou que manteve contato com capitães de Santos, Ponte Preta, Palmeiras e São Paulo para falar sobre a possível greve, que seria motivada pela invasão de torcedores ao CT Joaquim Grava. Porém, houve a percepção de que haveria riscos jurídicos no protesto. Isso fez com que Rogério Ceni e Fernando Prass não apoiassem a paralisação, representando seus colegas de equipes.

Apesar de participar ativamente das discussões em relação à organização no futebol do País, Paulo André ainda negou que tenha algum desejo de participar politicamente da CBF ou de qualquer outro órgão.

“Deixo claro que não tenho absolutamente nenhum interesse político neste movimento. Não sou aliado, manipulado e muito menos fantoche de ninguém, e também não apoio nenhum possível candidato à presidência da CBF ou de onde for. Não estou prestes a me candidatar, nem a me filiar a um partido político”, comentou.

Foto: Sergio Barzaghi/Gazeta Press

Em carta, Paulo André diz que ideia de greve não partiu do Bom Senso FC

Zagueiro afirma que apoiou movimento, mas garante que iniciativa partiu o Sindicato dos Atletas de São Paulo. Ele conta bastidores da articulação


Por GloboEsporte.com
São Paulo


O zagueiro Paulo André, do Corinthians, divulgou nesta segunda-feira à noite, em sua conta no Facebook, uma carta para explicar que a tentativa de paralisação do Campeonato Paulista, ocorrida na semana passada, não foi uma ação orquestrada pelo Bom Senso FC. O movimento, do qual o defensor é um dos líderes, foi criado para lutar por melhores condições de trabalho aos jogadores. Defende um calendário mais enxuto e exige que os clubes honrem seus compromissos financeiros, mas não participou da articulação da tentativa de greve, afirma o corintiano.


Foto: Daniel Augusto Jr. / Agência Corinthians

Segundo Paulo André, foi o Sindicato dos Atletas Profissionais do Estado de São Paulo quem propôs a paralisação em solidariedade aos jogadores e funcionários do Corinthians, que, no sábado retrasado, viveram momentos de terror quando o CT Joaquim Grava foi invadido por membros de facções uniformizadas. Paulo explica que apoiou a greve, conversou com os capitães de alguns dos principais times paulistas para discutir o assunto, mas o movimento não foi adiante por causa das implicações jurídicas que a greve poderia acarretar para clubes e jogadores.

- Após a invasão, era unânime por parte da diretoria, atletas e funcionários do SCCP (Sport Club Corinthians Paulista) que o jogo (contra a Ponte Preta, no domingo seguinte à invasão) deveria ser adiado, pois os jogadores não se encontravam em condições psicológicas de atuar - escreveu Paulo André.

O zagueiro, em seguida, explica por que o Timão acabou entrando em campo:

- No domingo, uma nova reunião aconteceu, e eu, como capitão da equipe, passei à diretoria que os atletas haviam decidido não jogar a partida contra a Ponte Preta. O presidente Mário Gobbi e o treinador Mano Menezes, após nos apresentarem as possíveis consequências de não irmos a campo, deixaram a sala e pediram que repensássemos. Após alguns minutos de discussão, estávamos convencidos de que jogar era a melhor decisão para o clube e, para tanto, pedimos que fosse divulgada uma nota dizendo que o SCCP não estava de acordo com aquela partida e que reconhecia os riscos de violência a que estávamos expostos, mas, por motivos contratuais, iríamos a campo.

Paulo André prossegue afirmando que, na semana seguinte, se comprometeu a conversar com os capitães dos clubes para falar sobre a possibilidade de paralisação, que ocorreria no último final de semana. Ele falou com Rogério Ceni (São Paulo), Edu Dracena (Santos), Fernando Prass (Palmeiras) e Roberto (Ponte Preta). Segundo o zagueiro corintiano, todos se solidarizaram com o que ocorreu aos corintianos e se mostraram dispostos a ajudar.

O defensor conta que os outros capitães expuseram o caso a seus companheiros de clube e também buscaram orientação jurídica para saber se a greve teria respaldo legal.

- Uma vez detectadosos riscos que os atletas de seus clubes corriam, Rogério e Prass optaram por não apoiar a greve. Na quinta feira, dia 6, passei todas essas informações a Rinaldo Martorelli (presidente do Sindicato), que me comunicou que os avanços e as tratativas com o poder público haviam sido significativas e que isso o deixava tranquilo para suspender a proposta de paralisação, fato que ocorreu na sexta-feira, dia 7 de fevereiro.

Confira a íntegra da carta:

Venho a público me manifestar oficialmente pois há um tremendo erro de interpretação e de entendimento no que tange as atividades e o relacionamento entre o Sindicato dos Atletas Profissionais de São Paulo, a minha pessoa e o Bom Senso F.C. Há 15 anos, a minha prioridade é, e nunca deixou de ser, o meu trabalho e o meu desempenho dentro de campo como jogador de futebol, hoje do Corinthians. Assim como fiz em toda a minha carreira, continuo sendo um profissional dedicado e comprometido com o meu clube, com o bom relacionamento interno e com o devido respeito à paixão dos torcedores. Isso nunca significou que não pensarei em outras atividades extra-campo. Já afirmei publicamente, diversas vezes, que prioridade é bem diferente de exclusividade e eu tenho discernimento suficiente para dividir meu tempo como atleta profissional e como cidadão comum. Aos que insistem em me colocar na categoria de “jogue bola e esqueça o resto”, pela útima vez: desistam.

Com relação ao ocorrido:

No sábado, dia 1 de fevereiro, após a invasão do CT Joaquim Grava, era unânime por parte da diretoria, atletas e funcionários do SCCP que o jogo deveria ser adiado pois os jogadores não se encontravam em condições psicológicas para atuar no dia seguinte. Por volta das 13h, todos se reuniram na sala de fisioterapia e eu, como capitão da equipe, representei o grupo diante da diretoria, de acordo com a vontade dos atletas. Ficou decidido que seríamos liberados da concentração e retornaríamos no domingo, às 11h da manhã, para uma reunião final, com elementos suficientes e ânimos acalmados para tomar, em conjunto com o clube, a melhor decisão. No domingo, uma nova reunião aconteceu, e eu, mais uma vez, pela posição de capitão da equipe, fui o porta-voz do grupo e passei à diretoria que os atletas, de forma unânime, haviam decidido não jogar a partida contra a Ponte Preta.

O Presidente Mário Gobbi e o treinador Mano Menezes, após nos apresentarem as possíveis consequências de não irmos a campo e os impactos que o clube poderia vir a sofrer, deixaram a sala e pediram que repensássemos uma última vez sobre a decisão final. Emerson pediu para que Edu Gaspar e Alessandro ficassem na sala e nos ajudassem a encontrar uma saída. Após alguns minutos de discussão, estávamos convencidos de que jogar era a melhor decisão para o clube e, para tanto, pedimos que fosse divulgada uma nota dizendo que o SCCP não estava de acordo com aquela partida e que reconhecia os riscos de violência a que estávamos expostos mas que, por motivos contratuais com a Federação Paulista e a TV Globo, iríamos a campo.

Na terça-feira, dia 4 de fevereiro, o grupo de atletas profissionais do SCCP, divulgou uma nota oficial que contou com a participação, o apoio e a autorização de todos os atletas do elenco. Neste comunicado foi dito que: “Nós tornamos público o nosso apoio à iminente paralisação proposta pelo sindicato dos atletas profissionais do Estado de São Paulo para o fim de semana, visando melhorias nas condições de trabalho para os empregados de todos os clubes de futebol do país”. Quem propôs a paralisação foi o Sindicato dos Atletas Profissionais do Estado de São Paulo, não eu ou o Bom Senso F.C.
Após a divulgação da nota e por causa do apoio dos atletas do nosso elenco à paralisação, eu, como capitão do time, conversei diversas vezes com o Sr. Rinaldo Martorelli, presidente do sindicato, me colocando à disposição para conversar com os capitães do São Paulo, Palmeiras, Santos e Ponte Preta, cuja amizade e o respeito vêm de longa data.

Edu Dracena e Roberto disseram que fariam o possível para ajudar. Fernando Prass e Rogério Ceni se solidarizaram com o que vivenciamos e também se colocaram à disposição. Segundo eles, procuraram o elenco de jogadores de seus clubes e expuseram a situação. Na opinião geral, um posicionamento mais forte do nosso clube e do nosso presidente contra as torcidas organizadas facilitaria a adesão de uma provável paralisação. Caso contrário, seria difícil intervir e abraçar a causa.

Em paralelo a isso, todos, sabiamente, buscaram ajuda e suporte jurídico para saber se a greve teria respaldo legal ou não. Uma vez detectada a dificuldade jurídica e os riscos que os atletas de seus clubes corriam, Rogério e Prass (representando o grupo de jogadores dos seus respectivos times) optaram por não apoiar a greve. Na quinta feira, dia 6 de fevereiro, passei todas essas informações ao Sr. Rinaldo Martorelli, que me comunicou que os avanços e as tratativas com o poder público haviam sido significativas e que isso o deixava tranquilo para suspender a proposta de paralisação, fato que ocorreu na sexta-feira, dia 7 de fevereiro.

Com relação ao Bom Senso F.C.

O Bom Senso F.C, não propôs e não se pronunciou a respeito de nenhum desses fatos citados acima, simplesmente porque o movimento mantém sua posição de se manifestar e discutir apenas assuntos relacionados ao calendário do futebol brasileiro e ao fair play financeiro, duas bandeiras (exclusivas até o presente momento) que foram o motivo da união e do consenso de milhares de jogadores profissionais no país.

É preciso esclarecer que desde que optei, por convicção à causa, participar do Bom Senso F.C, minhas entrevistas, posições e atitudes têm sido alvo de grande confusão.

Para aqueles que cobram bom senso 24 horas por dia, gostaria de esclarecer que bom senso é diferente de perfeição. Bom senso é um conceito ligado às noções de sabedoria e de razoabilidade para poder fazer bons julgamentos e boas escolhas. É ligado também à ideia de sensatez e à intuição de distinguir a melhor conduta em situações específicas. Como não há uma verdade absoluta em qualquer conhecimento ou atividade humana, existe, para todos, o direito de errar ou de se equivocar. Se um dia eu der um carrinho mais forte, um empurrão, um soco, se passar no sinal vermelho ou cometer um erro na defesa do Corinthians, deixo claro que isso nada tem a ver com as minhas convicções sobre as mudanças que acredito serem necessárias no futebol brasileiro.

Então é hora de parar de se apegar a argumentos frágeis para me responsabilizar ou me culpar por problemas do futebol brasileiro como a violência no futebol, a Portuguesa, o Fluminense, a audiência da TV, o nível dos jogos, etc... Porém, se os atletas do interior ficarem desempregados ao fim dos estaduais e não receberem seus contratos integralmente, saibam que continuarei participando de práticas que lutem por melhorias para esses caras. E se alguns clubes jogarem apenas 15 partidas, fecharem suas portas no mês de maio e nada puderem fazer porque quem está no poder não dá a mínima para eles, saibam que continuarei participando de práticas que busquem uma solução para este problema, mesmo que isso incomode muita gente, e mesmo que venha me causando consequências tão desagradáveis.

Deixo claro que não tenho absolutamente NENHUM interesse político neste movimento. Não sou aliado, manipulado e muito menos fantoche de ninguém, e também não apoio nenhum possível candidato à presidência da CBF ou de onde for. Não estou prestes a me candidatar, nem a me filiar a um partido político. Apesar de estar sendo alvo de difamações ultimamente, das quais estou checando minhas possibilidades em nível judicial, continuarei fazendo o que julgar coerente com as minhas convicções nos meus períodos de folga. Espero ter esclarecido os fatos para que os interessados possam repensar seus conceitos e tirar suas próprias conclusões. Eu amo o futebol e apenas isso basta para explicar a minha luta e os meus sonhos.

“O que me preocupa não é o grito dos corruptos, dos violentos, dos desonestos, dos sem caráter... O que me preocupa é o silencio dos bons” (Martin L. King)